ANO INGRATO

Náutico tem uma temporada caótica dentro e fora de campo

Em 2017, o clube alvirrubro contratou 38 jogadores, cinco treinadores, está no terceiro presidente e prestes a cair para a Terceira Divisão

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 26/10/2017 às 7:03
Foto: Léo Lemos/ divulgação Náutico
Em 2017, o clube alvirrubro contratou 38 jogadores, cinco treinadores, está no terceiro presidente e prestes a cair para a Terceira Divisão - FOTO: Foto: Léo Lemos/ divulgação Náutico
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A temporada 2017 está sendo histórica para o Náutico. Contudo, está longe de ser um conto feliz. Como num bom enredo de drama, o término de ano do clube alvirrubro caminha para um final trágico. Tudo o que podia ser feito de errado ao longo da atual gestão foi realizado. Contratações de jogadores em demasia (38 ao longo do ano), troca constante de treinadores (cinco em 10 meses), briga política que culminou na renúncia do presidente Ivan Brondi - estava no cargo após Marcos Freitas ter renunciado ao cargo em 2016. Para piorar, quarta-feira, o seu substituto, Gustavo Ventura, pediu licença do cargo e retornou à presidência do Conselho Deliberativo. Com isso, Ivan Pinto da Rocha será o terceiro presidente do executivo do clube em uma única temporada. Dentro de campo, o time precisa vencer os seis jogos finais para evitar a queda para a Série C.

Apesar da expectativa de que 2017 seria o ano do Náutico - pelo fato de ter batido na trave por duas vezes no acesso à Série A: 2015 e 2016 -, a realidade foi bem diferente na prática. Ao invés da manutenção da base que vinha atuando nos dois últimos anos, a diretoria alvirrubra optou pela renovação do elenco, com a justificativa de que o grupo precisava de jogadores com espírito de campeão.

Com isso, nomes identificados com a camisa alvirrubra, como o goleiro Julio Cesar, o zagueiro Rafael Pereira e o lateral-esquerdo Gastón Filgueira não tiveram os seus contratos renovados. Para suprir as baixas, 14 reforços foram contratados para as disputas do Pernambucano (eliminado nas semifinais para o Sport), Copa do Nordeste (saiu na primeira fase) e Copa do Brasil (caiu diante do modesto Guarani de Juazeiro).

 

Os insucessos no primeiro semestre ocasionaram diversas mudanças. No comando-técnico foram duas: Dado Cavalcanti e Milton Cruz deram lugar a Waldemar Lemos, responsável por iniciar o trabalho na Série B. A diretoria também passou por completa reformulação: Toninho Monteiro, Marcílio Sales, Eduardo Henriques e Guilherme Rocha deram lugar a Emerson Barbosa, Alexandre Homem de Melo e Zeca Cavalcanti. Com eles chegaram outro caminhão de atletas (24). Uma nova folha salarial foi criada e, mesmo assim, o atraso financeiro foi inevitável.

SEGUNDO SEMESTRE

As mudanças não pararam. Com a aprovação do Conselho Deliberativo, as eleições para a presidência do executivo foram antecipadas em julho e, como candidato único, Edno Melo foi aclamado para o biênio 2018/2019. Diante da enorme pressão interna e com o novo presidente do clube já eleito, Ivan Brondi não viu outra alternativa a não ser renunciar - com ele saíram o departamento de futebol e os respectivos vice-presidentes do clube. Com Gustavo Ventura (então presidente do Conselho Deliberativo) sucedendo Brondi, a gestão eleita passou a ter autonomia para começar a implementar as suas metodologias. Porém, não surtiu efeito.

Em campo, o time do Náutico seguia sendo reflexo da completa desorganização pelo qual o clube passava nos bastidores. Os alvirrubros até chegaram a dar sinal de que poderia reagir com a chegada de Roberto Fernandes - teve quatro vitórias em seis jogos. Sendo que, desta vez, o “salvador”, que já tinha livrado o Náutico de três rebaixamentos (2007, 2008 e 2010), não deve conseguir o milagre de ressuscitar o Timbu.

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