“É na dor que o amor se torna mais forte”. O pensamento do padre Pio de Pietrelcina se encaixa perfeitamente no contexto futebolístico. E a história mostra isso. Não são poucos os times que após serem rebaixados de divisão e passaram a sofrer sérios problemas financeiros, a torcida chegou junto e carregou o time na caminhada rumo ao acesso: Fortaleza, nos oito anos de peregrinação na Série C, CSA e Sampaio Corrêa, também na Terceira Divisão, Santa Cruz quando chegou a bater na Série D e colocou média superior a 30 mil, e até mesmo o Corinthians, na queda para a Segundona, em 2008. Com tantos exemplos para se inspirar, o Náutico conta com o apoio do torcedor timbu na reconstrução do clube. O primeiro passo para isso: a volta aos Aflitos.
Com o retorno ao Eládio de Barros Carvalho previsto para abril de 2018, seria possível fazer do estádio um caldeirão para impulsionar o time na luta para retornar à Série B. “Cair para a Série C não é o fim do mundo. Tenho certeza que o fator Aflitos vai fazer a torcida abraçar o time. A nossa ideia é voltar a jogar na nossa casa em abril”, contou Luiz Filipe Figueirêdo, presidente da comissão paritária responsável pela reforma dos Aflitos.
Ainda segundo o Figueirêdo, o Náutico quer seguir a mesma estratégia de outros clubes que caíram, mas que não demoraram para se reerguer. “Não queremos ficar muito tempo na Terceira Divisão, como o Fortaleza. A intenção é trilhar os mesmos passos de Bahia e Vitória, que disputaram a Série C, mas num projeto de cinco anos chegaram à Série A. Estamos reformando o nosso estádio para que isso aconteça”, disse Luiz Filipe.
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RECEITA
A presença em massa do torcedor timbu em todas as partidas do Náutico nos Aflitos vai muito além do apoio aos atletas. A média de público elevada vai representar receita para estabilizar a saúde financeira do clube numa temporada desafiadora. “A média mundial é que 25% da receita dos clubes vêm dos jogos. Quantia não das bilheterias, mas também de bares e restaurantes. O programa sócio torcedor também ficará mais forte quando tivermos a nossa casa para mandar os jogos novamente. Disputar a Série C só nos motiva a voltarmos aos Aflitos”, contou.
A última vez que o Náutico atuou no Eládio de Barros Carvalho foi em maio de 2014, quando acabou sendo derrotado por 1x0 para o Avaí, pela 8ª rodada da Série B daquele ano. Naquela época, o Timbu já jogava na Arena de Pernambuco.