Tática

Os caminhos da vitória do Náutico e os erros do Sport no clássico

JC analisa expressiva vitória do Timbu sobre o Leão na Arena

Diego Toscano e Filipe Farias
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Diego Toscano e Filipe Farias
Publicado em 26/01/2018 às 7:02
Alexandre Gondim/JC Imagem
JC analisa expressiva vitória do Timbu sobre o Leão na Arena - FOTO: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Com investimentos e ambições diferentes na temporada, Náutico e Sport fizeram o primeiro Clássico dos Clássicos da temporada 2018 na última quarta. O Timbu de Roberto Fernandes surpreendeu o Leão de Nelsinho Baptista com uma vitória por 3x0 na Arena. Mas como se construiu essa atuação dominante dos alvirrubros? Onde os rubro-negros falharam? O JC fez uma análise da partida do Estadual, trazendo os motivos que levaram ao triunfo do clube da Rosa e Silva na terceira rodada do Pernambucano.

Vindo de dura derrota para o Central, o Timbu entrou em campo com várias mudanças, seja na postura tática, no aspecto motivacional ou mesmo em peças. Contestados, o volante Hygor e o atacante Daniel Bueno foram sacados da equipe. Na defesa, Breno Calixto fez sua estreia e Kevyn entrou como lateral-esquerdo. Herói da vitória contra o América, Willian Gaúcho voltou para a cabeça de área, ao lado de Josa.

Nas laterais, as dobras - com Gabriel Araújo e Kevyn na esquerda e Thiago Ennes e Medina na direita - surtiram efeito. A boa marcação nos pontas do Sport e a saída rápida fizeram a diferença, com dois dos três gols saindo em jogadas pelos lados. Já no meio, sem armadores de ofício, o Náutico fechou o cadeado para a armação de jogadas do Leão com três volantes, deixando os meias rubro-negros sem opções e apostando nas bolas longas.

Com a marcação encaixada, o Timbu apostou nos contra-ataques. Na frente, mesmo sem atacantes de ofício no início, o time teve quatro chances reais de gol, contra só uma do Leão. Isso porque o lateral Gabriel Araújo e o meia Medina ajudavam na criação de jogadas e na saída em velocidade. O armador Wallace, autor de dois dos três gols, fez brilhante partida como centroavante.

SPORT

Já o técnico Nelsinho Baptista está em uma sinuca de bico, pois precisa fazer o time do Sport render, mesmo sem ter as peças necessárias no elenco. Isso ficou claro após a derrota acachapante para o Náutico. Os rubro-negros encontraram uma enorme dificuldade para jogar diante da postura adotada pela equipe alvirrubra - toda fechada e visando o contra-ataque, ou, como se diz na nomenclatura moderna do mundo da bola, um futebol reativo.

Sem meias de criação no plantel, o comandante leonino vem adotando desde a pré-temporada o esquema com duas linhas de quatro e dois atacantes avançados. Nessa formatação, os seus meias mais habilidosos (Marlone e Gabriel) atuam abertos pelos flancos, deixando a responsabilidade das infiltrações por dentro para os volantes Anselmo e Pedro Castro. Isso tem deixado o time previsível, fácil de marcar e exposto, como ocorreu no segundo gol contra o Náutico, quando Pedro errou passe pelo meio, dando o contra-ataque e ainda tendo que disputar na corrida com Wallace Pernambucano, pois ninguém fez a cobertura.

O treinador rubro-negro também observou isso durante o clássico e tentou mudar a dinâmica de alguns atletas. “Marlone é um jogador muito visado e tem de flutuar pelo meio também. Cobramos isso dele na partida anterior (Afogados) e hoje (contra o Náutico) também. Ele não pode querer só essa bola na lateral porque vai estar sempre marcado e será difícil de fazer uma jogada de perigo. A mesma coisa vale para o Gabriel”, cobrou Baptista.

Ainda como agravante, o posicionamento dos meias impediu também que os laterais chegassem à linha de fundo, obrigando-os a alçar bola na área da intermediária sem sucesso.

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