Após o arquivamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Náutico pediu reexame da notícia de infração contra a Ponte Preta por escalação irregular de dois jogadores na Copa do Brasil. Advogado do Timbu na causa, Osvaldo Sestário criticou a decisão da Procuradoria do STJD, que não aceitou a denúncia do clube alvirrubro. Para ele, a explicação dada para o arquivamento é 'totalmente equivocada', e que espera que o recurso da equipe seja aceito.
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"Um dos procuradores deu o parecer no sentido de arquivar e acredito que ele está totalmente equivocado. Primeiro que ele faz um pré-julgamento e entra no mérito, o que não poderia fazer. Eles têm que avaliar se a denúncia é cabível ou não. Segundo que jamais questionamos o registro do atleta, mas o artigo 45, que fala que o jogador não pode participar por duas equipes da mesma competição. Terceiro que ele remete ao regulamento especial da competição, que deveria regulamentar a matéria, mas não faz. Os jogadores estão irregulares porque o artigo 214 fala que, só de constar na súmula, há irregularidade", afirmou o advogado do Náutico.
Sestário também refutou os exemplos dados pela Procuradoria do STJD. "Eles se baseiam num caso do ano passado entre Macaé e Bragantino (Série C), mas é totalmente diferente. Lá, era relativo a número de transferências por atleta. Depois, erraram quando mencionaram o caso do América-MG em 2014 (Série B), porque o posicionamento do Tribunal já foi diferente em outros casos, considerando e fazendo denúncias de jogadores que ficaram só no banco de reservas. Estão equivocados em todos os sentidos", criticou.
Agora, o reexame é enviado diretamente ao Procurador-geral Felipe Bevilacqua (RJ), que tem dois dias úteis para responder ao Náutico. "A gente já fez esse pedido. Com essa interpretação da Procuradoria, chegaríamos numa situação esdruxula. Um dos jogadores transferidos do Ituano já atuou (Júnior Santos), enquanto o outro ainda não (Igor), ficou só no banco. A gente chegaria na situação de que o Flamengo, próximo adversário da Ponte, poderia chegar e contratar o jogador, que poderia atuar por uma terceira equipe ou, até o limite da inscrição, por uma quarta. Isso é inadmissível. O que a gente quer é que o tribunal e o colegiado julguem, porque são eles que tem o poder de julgar. A Procuradoria está lá para analisar os fatores que antecedem uma denúncia", explicou Sestário.
PRÓXIMOS PASSOS
Caso o reexame não seja aceito, o Náutico tentará outra ações mais duras, podendo até entrar com uma medida cautelar para suspender a primeira partida entre Flamengo e Ponte Preta, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, no dia 2 de maio. "Existe um prazo de dois dias para o procurador se manisfestar. Se não aceitar a denúncia, vamos partir para outras situações que nós temos. Mediante uma negativa dele, pensamos em entrar com outras medidas judiciais. Mas a gente espera que, após o reexame, haja a denuncia pelo Procurador-geral", finalizou.