Quem marcou o gol do Náutico em seu mais recente título? Como foi? E há 50 anos? O autor do gol que levou a equipe ao hexacampeonato pernambucano lembra do lance na prorrogação da derradeira partida no estádio dos Aflitos como se fosse ontem. O atacante Ramos só chegou em 1968, último ano da grandiosa campanha, mas tem o nome gravado na história vermelha e branca.
Não foi jogo fácil. Já aos 107 minutos e com o cansaço sendo integrante de Náutico e Sport, um erro do Leão deu a chance que Ramos e os companheiros precisavam. “O lateral-direito do Sport avançou e perdeu a bola no meio do campo. Lala, que tinha jogado na ponta-esquerda, veio para o meio do campo, no lugar de Jardel, lançou Ede na ponta esquerda. Eu já sabia como ele jogava, o estilo dele, de muitos anos juntos. Ele deu o tapa para trás, eu só fiz bater com a canhotinha e tive a felicidade de bater Miltão, que era um grande goleiro também”, conta, com o saudosismo de quem carrega na memória a maior honra da carreira.
Leia Também
- Ivan Brondi: o maior representante do hexa do Náutico
- Hexa 50: Grande benemérito Ricardo Breno, torcedor-símbolo do Náutico
- Terraço do hexa: encontro junta gerações no Náutico
- Hexa, vice-presidente e futuro: amor pelo Náutico ultrapassa gerações
- Aflitos, o palco do hexa para o Náutico
- Hexa 50 anos: um título que atravessa gerações no Náutico
Com a sinceridade que lhe convém, o ex-atacante não titubeia ao afirmar que foi o gol mais importante dos seus tempos dentro das quatro linhas, o momento pelo qual é lembrado e entrou para a história. Claro que a carreira conta com outros gols, marcados em outros tempos e clubes, quando passou no futebol venezuelano e no Vasco, onde começou.
HISTÓRIA
Meio século depois, Ramos admite que não imaginava toda a dimensão para aquela rede balançada na tarde de um domingo recifense. O alvirrubro classifica o reconhecimento como a valorização de todo o esquadrão. Hoje, ele deseja que mais dos companheiros que levaram o Náutico as seis estrelas bordadas no escudo estivessem por perto.
“Não esperava chegar 50 anos assim, sinceramente, para comemorar isso tudo, porque o Sport e o Santa Cruz estiveram perto de ser hexa e não conseguiram. Foi passando, passando e estamos aí até hoje. É uma coisa bacana, fico orgulhoso, como Salomão, Ivan, Gena e tantos outros que participaram, alguns que já se foram”, completou o artilheiro daquela 21 de julho.
