NÁUTICO

As memórias de Acosta no Náutico

Em entrevista ao JC, o atacante relembrou a passagem na Rosa e Silva

Diego Toscano
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Diego Toscano
Publicado em 22/10/2018 às 8:03
Foto: Acervo/JC Imagem
Em entrevista ao JC, o atacante relembrou a passagem na Rosa e Silva - FOTO: Foto: Acervo/JC Imagem
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Um dos mais importantes jogadores do Náutico no século XXI está de volta aos gramados. Com 41 anos, o uruguaio Beto Acosta, que também atuou pelo Central em Pernambuco, conseguiu se recuperar de problema no coração e retomou a carreira no Cerrito, time uruguaio da Segunda Divisão. Em entrevista ao JC, o atacante relembrou a passagem na Rosa e Silva, comemorou a volta dos Aflitos e disse que trocaria todos os prêmios individuais de 2007 para ser campeão com o time alvirrubro.

Em setembro do ano passado, um emocionado Acosta postou vídeo nas redes sociais anunciando sua aposentadoria. Então jogador do Taboão da Serra (SP), passou mal após uma partida e foi hospitalizado. Após exames, decidiu parar. Menos de um ano depois, está de volta ao time que o revelou no profissional, em 2000.

"Agora sim estou 100%. A volta foi bacana, para o clube onde comecei. Estou muito feliz de voltar a fazer o que mais amo nessa vida. Tive problema de pressão no coração, mas não foi tão grave como se havia pensado. Não tive infarto. Fiz um monte de exames para voltar a jogar e ficar tranquilo. Estou tomando medicamentos. Mas trabalho normal como qualquer jogador”, disse.

Com 21 anos de carreira, a melhor campanha inevitavelmente foi pelo Timbu. Em 2007, foi vice-artilheiro da Série A com 19 gols. Como só jogou o Brasileirão daquele ano, não conquistou títulos com o Náutico. “Ganhei Bola de Prata (prêmio da Revista Placar) e de melhor atacante da (Série A) pela CBF. Mas trocaria tudo para ser campeão com o Náutico. Me identifiquei. Tenho muitas situações engraçadas e boas lembranças de gols nos Aflitos lotado”, explicou o uruguaio.

Por sinal, quando o assunto chega no estádio dos Aflitos, é visível a emoção de Acosta. “Nunca concordei com o Náutico ir jogar na Arena de Pernambuco. Joguei nos Aflitos e sei o que os outros times sofrem lá. É um estádio muito respeitado. Todo time sempre falava que era difícil jogar lá. Já iam pensando em empatar. Fico muito feliz porque o Náutico está voltando para casa. Tenho muitas memórias. Dá pra fazer um livro”, falou.

A história que mais fica na cabeça de Acosta aconteceu no dia 20 de maio de 2007. Atual campeão Brasileiro, o São Paulo sucumbiu para o Náutico, no primeiro jogo nos Aflitos, na volta para a Série A após 13 anos. O gol da vitória por 1x0 foi dele, aos 45 minutos do segundo tempo. “Uma das que maiores lembranças foi o primeiro jogo na Série A que fiz lá nos Aflitos. Jogamos contra São Paulo e não dava para entrar mais ninguém. Lotado. Fiz o gol machucado. Foi 1x0 contra o atual campeão do Brasileiro”, relembrou o atacante uruguaio.

CERRITO

Fundado em 1929, o pequeno Cerrito tem fortes influências brasileiras na sua composição. O estádio Charrua, em Montevidéu, é apelidado carinhosamente de Parque Maracanã, em homenagem ao templo do futebol brasileiro. Já o mascote do clube, desde 2003, é chamado de Zé Carioca, o personagem brasuca da Disney nos anos 40. Por fim, a camisa é verde e amarela, como a da Canarinho.

“Estamos fazendo boa campanha e temos até possibilidade de subir para a Série A do Campeonato Uruguaio. Cerrito é um time pequeno, de tradição apenas na Segunda Divisão. Só jogou três vezes a Primeira. E a estreia foi após 75 anos, quando joguei. Saímos campeões da Série B (2003) e subimos. Mas é um time que tem torcida e onde comecei a jogar. Assim como o Náutico, tenho um carinho especial pelo Cerrito”, finalizou Acosta.

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