A verdadeira casa dos alvirrubros será reaberta hoje. Passado, presente e futuro se unindo em uma atmosfera vermelha e branca em homenagem à reinauguração dos Aflitos. O último jogo no local foi pela Série B de 2014, a derrota do Timbu por 1x0 para o Avaí, no dia 27 de maio. Hoje, esse hiato chega ao fim em um evento repleto de atrações, cujo ápice é o amistoso internacional entre Náutico e Newell’s Old Boys (ARG), às 17h.
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Mas o dia é de extravasar o orgulho de ser alvirrubro. Sentimento que vai passando de geração em geração. Mesmo para quem nunca viu um jogo no caldeirão alvirrubro até quem não esquece as lembranças de um título há 44 anos. O amor pelo Náutico une famílias como a Figueirêdo. Presidente da comissão de reforma, Luiz Felipe foi um dos pilares da reinauguração. Hoje, verá várias gerações da sua família no estádio, como o tio Jayme, que guarda várias recordações desde a década de 60, e o primo Matheus, que acompanhará pela primeira vez o Timbu no seu reduto.
“Comecei a vir com meu pai na época do hexa. Era muito pequeno. Minha primeira lembrança foi o título de 1974, já com 12 anos. Até hoje tenho uma flâmula daquele campeonato. Foi ali que o torcedor Jayme apareceu: na casa do Náutico. Nos últimos cinco anos, corremos o risco de perder os Aflitos, que poderia ter sido transformado em centros comerciais. É uma alegria muito grande poder voltar aqui num estádio todo reformado. Está espetacular”, afirmou Jayme Figuerêdo, de 56 anos e que trouxe Luiz Felipe pela primeira vez nos Aflitos.
Mal sabia ele que, décadas depois, o sobrinho teria posição de destaque na volta pra casa. E que ele poderia, hoje, a partir das 10h30, trazer a família novamente para os Aflitos. “Tenho inclusive uma foto de Luiz Felipe com Kuki na infância. Hoje, coordena o grupo de reforma e ajudou na organização da despedida de Kuki. Muito satisfeito de ter minha família participando disso tudo”, explicou.
Falando em família, hoje, os filhos de Roberta Figueirêdo, prima de Luiz Felipe, terão a oportunidade de conhecer os Aflitos em dia de jogo pela primeira vez. É caso de Matheus, de 11 anos e que já até entrou na sede, mas nunca foi no campo. “Nunca vim num jogo. O Náutico é o meu time e vou torcer para sempre. Meu pai falou que os Aflitos têm muita história, e que também é muito importante para ele porque é o estádio onde viveu na infância. Estou pronto para viver tudo isso. Quando eu for adolescente, se o meu pai não quiser ir pro jogo, eu pego um ônibus e venho”, disse.
Eduardo, pai de Matheus e de mais dois filhos (Pedro e Lucas), também é alvirrubro desde pequeno. E se emociona ao saber que os filhos, assim como ele, vão viver fortes emoções no Eládio de Barros Carvalho. “Motivo de alegria trazer eles. Vivi muitos jogos marcantes aqui com familiares. Desde o título do Pernambucano de 1989, o primeiro que eu lembro. Vinha andando. Não é só dentro do estádio, mas o que envolve. Trazer eles é dizer: ‘meus filhos, vocês vão viver tudo que seu pai viveu’. Agora com um estádio completamente diferente. A realidade é completamente diferente do que vi no passado, mas o sentimento é o mesmo. Eles vão ver como isso é gostoso e é marcante na nossa história”, ressaltou.
O JOGO
O amistoso contra o Newell’s será o último compromisso de 2018, mas ao mesmo tempo simboliza o primeiro teste para a equipe que já trabalha para a temporada 2019.