DESPEDIDA

Goleiro do Íbis morto em acidente é enterrado sob forte comoção

João Henrique tinha 21 anos e faleceu após ter sido atropelado por um ônibus

Matheus Cunha
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Matheus Cunha
Publicado em 26/06/2018 às 15:02
Felipe Ribeiro/JC Imagem
João Henrique tinha 21 anos e faleceu após ter sido atropelado por um ônibus - FOTO: Felipe Ribeiro/JC Imagem
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A terça-feira (26/06) foi de despedida para a família do goleiro João Henrique, de 21 anos, falecido na segunda (25/06) após ter sido atropelado por um ônibus na Avenida Sul, área central do Recife. O arqueiro iria defender o Íbis na próxima Série A2 do Campeonato Pernambucano. Seu corpo começou a ser velado no Memorial Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, e enterrado sob forte comoção de amigos, parentes e companheiros de clube.

Para o técnico do Íbis, Ricardo Costa, o legado que João deixa na equipe rubro-negra é o da superação. "Ele era o primeiro a chegar ao treino e sempre ficava depois. Trabalhei com ele no ano passado e iria trabalhar agora também. Todos os atletas que atuaram com João em 2017 estão aqui. Vamos jogar a Série A2 por ele", afirmou.

Bastante abatida, a mãe de João, Gabriela Pedrosa, era amparada pelos familiares a todo momento. O velório lotou uma das salas do Memorial Guararapes. "João era um alegre, sempre feliz", relembra.

Todos os órgãos do jogador foram doados. Apenas o pâncreas não pôde ser cedido a outra pessoa. Para a mãe, Biscoitão, como era conhecido, cumpriu a sua missão na terra.

"Deus sabe fazer tudo. A missão dele aqui foi salvar vidas. Estava tudo perfeito (os órgãos). Deus quis isso, que ele desse a outras famílias a oportunidade de ver outras pessoas sorrirem. A gente não via ele triste, só sorrindo", completou.

Quem também estava bastante emocionado com a perda precoce do goleiro foi Ozir Ramos Júnior, presidente do Íbis. O mandatário classificou o arqueiro como um filho.

"A dor é muito grande. Infelizmente aconteceu essa fatalidade. O Íbis sente muito a morte do João. Ele era um menino do bem, que não fazia mal a ninguém", disse, intercalando as palavras com momentos de pausa para conter as lágrimas.

João Henrique, assim como quase todos os jovens que sonham com o futebol, também tinha os seus ídolos no esporte. E um dos atletas que o jovem arqueiro se espelhava era o goleiro Alex Muralha, ex-defensor do Flamengo e atualmente no Albirex Niigata, do Japão.

"Ele chegou a deixar a barba crescer uma vez e até cortou o cabelo igual ao do Muralha. Gostava muito de acompanhar esse jogador", afirma Gabriela.

O CASO

João Henrique foi atropelado por um ônibus da empresa Metropolitana enquanto ia na garupa de uma bicicleta até a praia do Pina, local onde costumava treinar quando não estava defendendo nenhum clube. Segundo a família, o motorista do veículo prestou os primeiros socorros ao jovem após o acidente. Quem conduzia o bicicleta era Matheus Alves, que segue internado no Hospital da Restauração.

O jogador ficou em coma no HR até ter a morte cerebral ser decretada na manhã da última segunda-feira. Seu corpo começou a ser velado no mesmo dia e enterrado nesta terça, às 14h, no Memorial Guararapes. A família ainda não definiu se irá acionar a empresa de transportes na Justiça.

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