Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deram prejuízos e, contrariando o antigo discurso, os executivos responsáveis pela organização do evento alegam que sempre precisaram de ajuda pública e que o rombo gerado é culpa da prefeitura e do governo federal. Dados das demonstrações contábeis do Comitê Rio-2016 e auditoria independente revelam que, ao final de 2016, a entidade registrava um déficit de R$ 132 milhões.
O informe foi aprovado pela direção da entidade em fevereiro deste ano e indica que, até o dia 31 de dezembro de 2016, "existia um passivo a descoberto de R$ 132 milhões". A entidade não deixa dúvidas de que "espera que seja aportado pelo governo do estado e município do Rio de Janeiro". Os dados, segundo a auditoria, "indicam a existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa quanto a capacidade da entidade em liquidar seus passivos".
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DOCUMENTO
O documento também contraria o discurso que por anos foi adotado pelos organizadores, insistindo que não deveria haver dinheiro público no evento e que apenas obras externas ficariam com a prefeitura, estado ou governo federal.
No informe, porém, os dados revelam que "subsídios" dos três níveis de governo eram "essenciais para o equilíbrio orçamentário da entidade (Comitê Rio-2016), e principalmente para garantir a inexistência de déficit, haja visto que desde a candidatura já se estimava que as receitas próprias do Rio-2016 não seriam suficientes para suportar todas as despesas necessárias para a organização dos Jogos".