A presença de três pessoas com necessidades especiais nas categorias da vela do Cabanga Iate Clube de Pernambuco é algo inédito na história da instituição. O recente interesse desse público pelo esporte fez o comodoro, Jaime Monteiro, pensar em utilizar essas experiências para normatizar o treinamento de para-atletas no clube náutico.
Há um mês, o deficiente visual Diego Teixeira, 28 anos, está treinando na categoria Day Sailer, que usa um barco escola para adultos velejadores. Um ano antes, o clube já contava com a dupla de competidores surdos da classe dingue, Renê Hutzler, 39 anos, e Alan Godinho, de 32.
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“Renezinho eu conheço desde criança. Agora estão conosco o seu proeiro (Alan) e Diego. Pensamos em levar 100% dessa experiência adiante. Estamos lançando uma pedra fundamental. É interessante ver Diego velejando. Ele não é conduzido. Apenas recebe orientações de ordem técnica. Tê-los conosco é um ponto para irmos em frente. A partir daí, vamos desenvolver uma prática normativa de treinamento, assim como desenvolvemos para crianças de oito anos e pessoas que só resolvem aprender a velejar na fase adulta”, contou Jaime Monteiro.
ACESSIBILIDADE
Além de receber o trio de velejadores com necessidades especiais, o clube náutico também investiu em uma reforma que permite a acessibilidade de todos os deficientes a qualquer parte da estrutura. Os ajustes seguiram padrões estabelecidos nacionalmente. “Sempre tivemos a preocupação de ser um clube inclusivo. Temos cadeirantes no nosso quadro de sócios. Fizemos as adequações não só por ser algo estabelecido por lei, mas pela nossa consciência e responsabilidade enquanto cidadãos”, finalizou Jaime.