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Refeno: paulista de 51 anos irá passar 50h no mar em barco dos anos 70

Será a primeira vez em que Pablo Pages participará de uma regata oceânica

Matheus Cunha
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Matheus Cunha
Publicado em 26/09/2017 às 10:31
Acervo Pessoal
Será a primeira vez em que Pablo Pages participará de uma regata oceânica - FOTO: Acervo Pessoal
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Pablo Pages será, literalmente, um marinheiro de primeira viagem na 29ª edição da Regata Recife/Fernando de Noronha, que começa no próximo sábado, às 11h, no Marco Zero do Recife. Comandante do barco Sem Destino, o paulista de 51 anos e erradicado em Pernambuco há 15 irá participar da sua primeira Refeno. Com um detalhe: o início da sua história como regateiro será a bordo de um barco dos anos 70, um dos mais antigos da competição.

Essa será também será a primeira vez em que o comandante irá a Fernando de Noronha. Na tripulação, outras três pessoas, que ficarão divididas nos 9,25m do barco. A previsão é de que a prova seja concluída em 50h. Ou seja, o Sem Destino sairá no sábado e só chegará ao arquipélago na tarde da segunda-feira.

“Eu não tenho receio nenhum (quanto a segurança da embarcação). Pelo contrário, esse barco está muito bom. A manutenção está em dia e todos os itens de segurança foram cumpridos. Esse modelo é muito firme (Arpége Dufour), é de um estilo clássico, lançado nos anos 70 e talvez seja um dos barcos mais produzidos no mundo. Os de agora são mais rápidos, é verdade, mas a nível de segurança estamos tranquilos. Ele é feito é madeira e fibra de vidro”, disse Pablo.

Assim como a maioria dos velejadores que irão participar da Refeno, o comandante cresceu no mar. O seu pai, um argentino, tinha barcos e gostava de navegar. Buscando reviver o passado, Pages resolveu comprar o Sem Destino em abril do ano passado. Logo em seguida tirou a licença de capitão amador, que é uma obrigatoriedade da Marinha do Brasil para quem quer disputar regatas oceânicas. A nova habilitação foi conseguida após um curso no próprio Cabanga Iate Club, um dos organizadores da competição.

SEM DIREITO A TÉDIO

Serão 540km até Fernando de Noronha, onde toda a tripulação terá que enfrentar os fortes ventos, a fúria do mar e o cansaço físico. A junção desses três fatores são, para Pablo, o motivo que fazem com que o tédio não chegue nessas 50h no meio do Oceano Atlântico.

“Não chega a dar tédio. Não dá pra ter tédio. São 540km mar a dentro em uma situação de vento bastante forte, em alto mar. A gente não tem tempo para tédio não. Vamos fazendo turnos no comando do timão (o volante do barco) a cada 4h. É uma jornada longa e sabemos que vamos chegar lá bastante cansados”, completou.

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