Natação

Etiene Medeiros fala da recuperação e traça planos do segundo semestre

Pernambucana se recupera de cirurgia no ombro

Gabriela Máxima
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Gabriela Máxima
Publicado em 02/05/2018 às 8:46
SwimSwan/Divulgação
Pernambucana se recupera de cirurgia no ombro - FOTO: SwimSwan/Divulgação
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A pernambucana Etiene Medeiros foi a convidada especial do Troféu Sérgio Silva de natação, na semana passada, no Clube Português. Por enquanto, ela está ausente das competições por conta de uma cirurgia realizada no ombro, em janeiro. A nadadora já chegou ao terceiro mês de recuperação e inicia o trabalho visando ao Troféu José Finkel, em agosto. Na ocasião, buscará o índice técnico para garantir a vaga no Mundial, em dezembro. Ela, porém, prefere não antecipar as etapas. Em entrevista ao JC, revela como está sendo o processo de recuperação e traça planos para o próximo semestre.

RECUPERAÇÃO

Estou com três meses de recuperação. É um processo bem lento. O problema que tive no ombro foi o mais simples, segundo o doutor. Foi apenas um cisto que estava ali comprimindo o nervo do infra (espinhal). A primeira luz que aconteceu foi em novembro, quando eu fui fazer um exercício e não tive forças para executar. Eu não sentia dor, era só a falta de força. Descobrimos o que era em dezembro e decidimos fazer a cirurgia em janeiro. Tinha que fazer com calma. Antes, eu tive um processo com a psicóloga para saber como eu iria enfrentar esses quatro meses de recuperação. Agora fui liberada para fazer trabalho de força, de academia. Trabalho na água. Mas lógico que com certo cuidado. Em seis meses eu estarei bem.

COMPETIÇÕES

A previsão é que eu volte a competir em junho. Estamos planejando uma viagem para a Itália para competir no Torneio Sete Colli (na Itália). Mas não é para curtir. É para treinar mesmo. O foco será o Troféu José Finkel, para fazer a seletiva para o Mundial. Daqui para lá teremos de 10 a 12 semanas. É um período bom. Já recebi os índices para o Mundial. É um estímulo a mais. Nesse período, vamos estruturar novamente o trabalho de força. Porque agora eu começo a fazer um volume e no meio o meu braço e o meu ombro fadigam. É normal porque eles não têm a estrutura completa e a ideia é formar isso. Nesse período dá para fazer um trabalho de base legal e depois dá uma polida. 

NO MARIA LENK

Logo quando eu descobri que teria o Troféu Brasil Maria Lenk eu quis ir. Imagina, todo mundo competindo e eu lá em São Paulo sozinha, treinando sozinha. Toda minha equipe lá e isso não faria muito sentido. Eu acompanhei as provas e treinei também. Estava sem aquela tensão de resultado. Não é uma coisa ruim, mas traz uma adrenalina. Aproveitei, encontrei amigos, observei as provas e fiz uma autoanálise da minha natação. Vi a competição de outra maneira. Além disso, minha imagem motiva outras pessoas e foi bacana.

PROVAS

Perguntei para Vanza (o técnico Fernando Vazella) quais provas vou voltar a competir e ele disse que temos que construir semana a semana. Estou muito bem, mas o ombro ainda está um pouco preso. Então perguntei quanto de base e específico eu iria treinar e ele mais uma vez disse que não dava para saber. Saberemos a partir da evolução dos treinos.

ANSIEDADE

Teve muita agonia por eu não estar competindo. Quando eu era mais nova tinha ansiedade da adrenalina. Mas agora amadureci e a pressão se transferiu para outras coisas. E quando estou muito ansiosa desconto na comida. Isso está muito errado. Gosto muito de ser organizada e se não tiver isso minha ansiedade vai à milhão. Se eu bobear e não trouxer minha lancheira, vou comprar pipoca. O que faço para segurar a ansiedade é me organizar. Você tem que achar um ponto que ajude na vida e no treinamento. Nesse tempo que eu fiquei parada, eu assistia filmes, acompanhava o pessoal treinando. Porque sabia que quanto menos eu comesse ficaria mais leve para quando eu voltasse a treinar.

NATAÇÃO FEMININA

A gente sabe que há anos a natação masculina está a frente da feminina. A gente agradeceu porque teve investimento durante um período em que os Jogos Olímpicos aconteceram no Brasil. Mas depois não houve continuidade. Não é só na natação, mas em todos os esportes. A gente tem que ter um olhar diferenciado. Acho muito errado tirar os critérios das provas não-olímpicas. O certo é somar com o que você tem de melhor, para levar a melhor seleção possível (para as competições). Às vezes as pessoas focam em mim porque eu sou campeã mundial nos 50m costas, mas esquecem que eu fui finalista olímpica nos 50m livre. Eu tenho potencial nessas duas provas. E é difícil as pessoas entenderem.

REFERÊNCIA

Depois de um boom em 2014 que eu comecei a ter a responsabilidade sobre o que represento para a natação e para o esporte. No início foi muito difícil. Hoje faço porque gosto. O processo hoje é outro. Represento para a natação e eu aprendi a gostar. Para mim é prazeroso passar a semana treinando e chegar aqui para acompanhar e incentivar quem está começando ou quem tem dúvidas sobre continuar no esporte.

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