No futebol, 48 anos de profissão, seja como jogador ou treinador, e 33 títulos. Sob os holofotes, jeito sisudo, com respostas diretas e sinceridade ao extremo. Na última sexta, começou a 6ª passagem de Givanildo Oliveira como treinador do Santa Cruz, com uma boa vitória por 3x0 sobre o Brasil de Pelotas. Dentro do campo, muita gente conhece o estilo Giva de ser. Mas e por trás das câmeras? O JC conversou com antigos funcionários do Tricolor para conhecer mais dele dentro dos vestiários. Segurança, manutenção e comissão técnica: um raio-x do Givanildo que muita gente não conhece.
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Exigente em todos os detalhes. No campo, “bota ordem” na casa como poucos. Tanto que foi apelidado como “Rei do Acesso”, por conseguir subir cinco vezes para a Série A. Do lado de fora, a postura é a mesma.
“Ele gosta de tudo certinho. Chega aqui no Arruda, dá um giro e, se tiver um buraco, manda ajeitar. Cuida de todas as partes do gramado. No vestiário, assim que pagam os jogadores, manda pagar a gente. Exige que todo mundo tem que receber junto. Se não pagarem, vai embora. Além disso, trata todo mundo igual, nos elogios e nas broncas. No campo, ele que diz como tem que ser o corte, se alto ou baixo. Quem manda aqui é ele (risos)”, explicou Djalma Santiago, que há 43 anos é um dos responsáveis pelo gramado do Arruda.
Sobre ser muito duro e até ríspido em algumas ocasiões, o segurança José Carlos Soares discorda. Há mais de 10 anos no clube, vai trabalhar pela terceira vez com Givanildo. E disse que o treinador também sabe ser bem-humorado. “Pela aparência, parece que é um cara fechado e sério. Mas ele também é amigo e companheiro. Gosta de brincar, contar as histórias do passado no futebol. Acho interessante que ele não gosta muito de vibrar com as conquistas. Quando tem acesso ou título, corre logo pro vestiário e evita a folia”, afirmou José Carlos.
FÃ DE GIVA
Ex-jogador de Givanildo, Ataíde Macedo é um verdadeiro fã do treinador. Atleta de Giva no Santa (1989) e no Sport (1992, 1994 e 2006), o coordenador de futebol do Tricolor sabe da responsabilidade de ter um dos melhores técnicos do Século XXI no futebol brasileiro de volta no Arruda.
“Fui capitão em quase todos os anos que trabalhei com ele. Nosso relacionamento é muito aberto. Tenho muito respeito pela história dele. Adriano (Teixeira, auxiliar) também foi atleta de Givanildo. Na época (1990), era do grupo de meninos, como Chiquinho e Sandro. Como era o mais experiente, quem resolvia as broncas com ele era eu, porque todos tinham medo (risos). Hoje estou como coordenador do futebol e trato diretamente com ele questões de logística e contratações. É um sonho voltar a trabalhar com Giva. É um ídolo e um espelho. Todos os funcionários têm um carinho e um respeito muito grande por ele”, frisou Ataíde.