Entre atleta e treinador, Marcelo Martelotte vai para a sua quinta passagem no Santa. Apresentado na última terça (29), o técnico falou sobre a motivação e a responsabilidade de voltar ao Arruda após passagens vitoriosas em 1993 (campeão do Pernambucano como goleiro), 1999 (fez parte do elenco que subiu para a Série A), 2013 (mais um troféu do Estadual, já como técnico) e 2015 (volta para a elite após 10 anos) e que confia na diretoria para resolver os salários atrasados. Falou também sobre o resgate da confiança do elenco, que pode sofrer mudanças de peças ou até de esquema tático. Por fim, agradeceu o carinho da torcida e disse que acredita na recuperação coral.
MAIOR DESAFIO?
No futebol, as coisas não se repetem. Você adquire experiência a cada passagem. Não se conseguem trazer semelhanças de um trabalho para o outro. Foram diferentes. Em um ano (2013), cheguei no início e fiz a montagem do elenco. No outro (2015), cheguei já com o campeonato iniciando, mas com tempo de recuperação e até para reformulação da equipe, com contratações importantes no elenco que conseguiu o acesso. Agora é mais difícil porque a recuperação tem que ser imediata, o campeonato está na sua segunda metade e temos várias dificuldades.
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MOTIVAÇÃO
Sempre tive motivação para trabalhar no Santa Cruz, independente de situação ou competição. Não levo muito em consideração o fato de estar na zona de rebaixamento (da Série B). Se levasse, não teria vindo em 2015. Cada desafio é único e estou aqui por acreditar na qualidade do grupo. O primeiro objetivo é buscar uma posição mais aceitável na tabela para a qualidade desses jogadores.
ATRASADOS
Nunca vim para o Santa com questão financeira favorável. Tivemos (problemas) em outros momentos, mas fomos sempre passando por cima. Técnico é dentro do vestiário, com técnica e tática. Pelo fato de conhecer muito o clube, vou procurar ajudar no que for possível. É lógico que incomoda, e jogador prefere estar mais tranquilo em relação a isso. Mas é preciso dar 100% de atenção aqui dentro e entender que a diretoria vai solucionar os problemas.
CONFIANÇA
Entendo que, em uma sequência, seja negativa ou positiva, tudo parte da confiança ou da falta dela. Falta tranquilidade, e a conversa com o elenco passou muito por isso. A confiança precisa ser retomada. Para nossa sorte, tem um tempo bom até a próxima partida (9/9, contra o ABC). A partir do momento que conseguirmos reverter essa sequência de derrotas, vamos entrar numa elevação desse nível de confiança, que vai trazer uma condição melhor para as partidas seguintes.
MUDANÇAS
Vi muito o Santa Cruz jogar nessa temporada, e entendo que existe uma tendência na equipe, que não variou muito durante o ano (o esquema 4-3-3, com dois volantes, um meia e três atacantes). Vou ter 15 dias para conhecer o elenco e trabalhar alternativas. Penso em mudar o posicionamento dentro das alternativas que temos. Tenho flexibilidade na maneira que gosto de jogar e que já deu certo aqui (em 2015), mas que agora não está dando certo. Nem os nomes pode ser preciso mudar, mas devemos criar alternativas.
ACESSO?
Acredito sempre, mas agora está longe. Não é o primeiro objetivo. Se falar que vim com ideia de acesso, estaria mentindo, assim como se eu disser que não acredito mais. Se tiver mais próximo, lá na frente, penso mais. Tenho vários objetivos e agora o acesso não é um deles.
TORCIDA
O que traz a confiança da torcida é o que fiz até hoje aqui. Mas vale muito pouco daqui pra frente. Minha história no clube talvez consiga trazer o torcedor de volta nos próximos jogos, mas vai depender do que fizermos daqui pra frente. A história do que conquistei ficou para trás. Temos que provar sempre. Isso traz uma responsabilidade grande, que vai ser compartilhada com todos. Acredito numa recuperação.
