Contratado no último agosto para reforçar o Santa Cruz na Série B, Grafite até tentou fazer a diferença e evitar o rebaixamento do tricolor para a Terceirona, mas não obteve sucesso. Nesta terça-feira, o ídolo pode fazer sua última partida com a camisa coral contra o Juventude, às 20h, no Arruda. Isso porque nos últimos meses ele precisou intermediar a relação entre jogadores, direção e torcida, resolver problemas financeiros e ainda dar conta da campanha do time no Brasileiro. Situações que sobrecarregaram o atacante nos aspectos físico e mental e colocaram uma interrogação em sua carreira.
Aos 38 anos, Grafite já anunciou que pretende seguir mais um ano no futebol profissional. Ele, porém, não está interessado em continuar encarando problemas burocráticos do Santa Cruz. Na condição de atleta mais experiente do elenco, ídolo e artilheiro, ele assumiu responsabilidades que vão além de fazer gols.
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CRISES
O Tricolor encara uma crise financeira sem precedentes. Para se ter uma ideia, todos os funcionários do departamento de futebol acumulam salários atrasados. Grafite é frequentemente procurado por empregados em busca de algum tipo de ajuda. Por isso, ele passou a transportar cestas básicas no carro para distribuir entre os mais necessitados, além de dar notas de R$ 50,00 para quem tem situação mais delicada. O cenário já havia acontecido no final da temporada do ano passado, quando o ídolo era acionado nos bastidores do clube.
No futebol, o artilheiro foi fundamental para evitar uma greve dos jogadores na partida contra o Paraná, na terça-feira passada. Sempre na condição de porta-voz entre torcedores, elenco e direção, o desgaste do camisa 9 pode culminar em uma aposentadoria antecipada.