Do leito do hospital para o pódio. Se no início de 2008, o então diretor de futebol do Sport, Guilherme Beltrão, estava apreensivo quanto a sua vida - tinha sofrido um problema de coração em dezembro de 2007 e em janeiro foi diagnosticado com um câncer no rim -, no dia 11 de junho ele deu a volta por cima. O troféu de campeão da Copa do Brasil representa para o dirigente muito mais que uma conquista de um título, mas principalmente a celebração à vida!
“Foi um momento muito dramático na minha vida. No dia 15 de dezembro de 2007 pensei que ia morrer quando tive um problema no coração. Quando pensei que tinha passado o susto, após um exame de rotina, em janeiro de 2008, recebi o diagnóstico de um câncer no rim. O doutor Luiz Alberto Moura me alertou, na época, que um dia sem me tratar poderia ser decisivo na minha vida. Foi quando vi que era grave. Outro grande médico que me ajudou foi o doutor Joaquim Norões, que me operou. Ele me viu angustiado e deprimido antes da cirurgia e me confortou dizendo que era pra eu dar graças a Deus, pelo fato de ter descoberto o câncer logo, pois o rim é um órgão silencioso e que quando começa a demonstrar sintomas de algo errado poderia ser pior”, declarou Guilherme Beltrão.
Leia Também
Apesar da complexidade da operação, o dirigente leonino disse que o procedimento cirúrgico foi um sucesso. “Eu só pude seguir na diretoria de futebol naquele ano graças a todos os médicos amigos que se empenharam em me ajudar. Além dos citados, os doutores Milton Garrett, Cláudio Lacerda, Ricardo Lima e Valéria Guidotti. O ex-presidente Luciano Bivar e seu filho Luciano Petribu Bivar também foram muito importantes. O presidente da época, Milton Bivar, e todos os dirigentes me prestaram toda solidariedade e apoio. Toda minha família (esposa, filhos e irmãos) e amigos que estiveram ao meu lado nesse momento difícil”, agradeceu.
Mesmo sem estar 100% recuperado, Beltrão aos poucos ia voltando às atividades na Ilha do Retiro. “Passei uns 20 dias de recuperação. O primeiro jogo que fui após a cirurgia foi contra o Vera Cruz, no Carneirão, pelo 2º turno do Estadual. Mal conseguia andar. Precisava de ajuda de três pessoas para me carregar”, lembrou o dirigente.
MONTAGEM DO ELENCO
Um dos responsáveis por montar o elenco do Sport campeão da Copa do Brasil, Beltrão conta que chegou a montar um escritório em Belo Horizonte, junto com Milton Bivar, para tentar o acerto com alguns atletas. “Fechamos com Carlinhos Bala, Leandro Machado, Enilton e Sandro Goiano”, revelou o diretor, ressaltando que bancou a vinda de Baptista. “Sempre gostei do trabalho de Nelsinho. Apesar de ele ter sido rebaixado com o Corinthians, convenci Milton (Bivar, então presidente) e fechamos”.
A aposta valeu a pena. O título foi a recompensa por tudo que ele superou. “Vivi intensamente a Copa do Brasil. Aquele elenco era maravilhoso. A torcida foi responsável por 50% daquela conquista. Quando a final acabou, passou um filme na minha cabeça. Tudo que sofri, agradeço a Deus por ter salvado minha vida e ainda me presentear com aquele título”.
