A queda de produção do Sport na Série A não é à toa. Existe um porquê. Na verdade, os motivos são vários que levaram o time rubro-negro de sensação do Brasileirão nas primeiras rodadas (chegou a ser vice-líder na 10ª rodada), a ficar há seis partidas sem vitórias (cinco derrotas e um empate). Salários atrasados, falta de reforços, escalações questionáveis, esquema tático previsível e sem variação, time sem pegada e jogadores que estão sem render mantidos como titulares. Cada um tem sua parcela de culpa: treinador, elenco, diretoria... Por isso, para que a equipe leonina volte aos trilhos, a contribuição também passará por todos.
Antes da Copa do Mundo, o Sport chegou a ficar cinco partidas sem perder (da 6ª a 10ª rodada), sequência que o levou à segunda colocação da Série A. Contudo, a paralisação do Brasileiro por conta do Mundial da Rússia ao invés de contribuir para a evolução do time rubro-negro só fez agravar os problemas do clube. Nesse período, a diretoria leonina não conseguiu sanar os atrasos salariais repor à altura a lacuna deixada por Anselmo e, muito menos, trazer novas peças para reforçar o elenco. A única contratação foi o lateral-esquerdo Jean, ex-Tubarão, que estava disputando a Quarta Divisão.
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Com o desconforto causado pela situação financeira delicada do clube, os jogadores chegaram a se negar a concentrarem no CT José de Andrade Médicis durante a inter-temporada, incidente que teve de ser contornado pelo técnico Claudinei Oliveira. Para tentar amenizar a dívida, a direção espera nessa semana negociar o meia-atacante Everton Felipe por R$ 6 milhões para quitar os atrasados com o grupo - Flamengo e São Paulo disputam o prata da casa.
DENTRO DE CAMPO
Mesmo sem peças novas à disposição, a expectativa era que o treinador leonino aproveitasse a parada de mais de um mês sem jogos para trabalhar novas formações táticas, testar alguns atletas que não vêm recebendo muitas chances. Ter na manga outras estratégias de jogo e maneiras diferentes de atuar. Longe disso. Apesar de o Sport ter obtido maior posse de bola contra Ceará, Fluminense e Vitória - três primeiros duelos após a Copa -, os rubro-negros passaram longe de mostrar um jogo propositivo, que coloca o adversário contra o seu campo defensivo. Na verdade, as três equipes citadas fizeram o Leão provar do próprio veneno e apostaram no futebol reativo, estratégia que vinha funcionando com Claudinei nas primeiras rodadas do Brasileiro.
Sem contratações e sem nenhuma novidade tática, o Sport se tornou um time previsível e fácil de ser batido. Mesmo com um meio de campo de alto nível técnico, os rubro-negros estão percebendo que só isso não é suficiente para vencer num Brasileirão tão disputado. É preciso retomar a pegada ou a entrada no Z-4 será iminente.