Ilha do Retiro

Com rejeição alta, situação abre espaço para oposição no Sport

Atual gestão nem vai lançar candidato próprio nas eleições

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 08/12/2018 às 10:07
Diego Nigro/JC Imagem
Atual gestão nem vai lançar candidato próprio nas eleições - FOTO: Diego Nigro/JC Imagem
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O Sport está a nove dias de conhecer o seu novo presidente. E, pela segunda vez nos 113 anos de existência do clube, um candidato da oposição será eleito - a primeira foi na eleição de 1986, quando Homero Lacerda derrotou Wanderson Lacerda (da situação). Milton Bivar (da chapa Sport do Povo) e Eduardo Carvalho (Uma Razão para Viver), ambos oposicionistas à gestão de Arnaldo Barros, vão disputar o pleito sem a concorrência de um nome indicado pelo atual presidente, já que Augusto Carreras retirou a chapa “Sport de Todos” das eleições.

Porém, a desistência do ex-diretor de futebol de concorrer ao cargo máximo do clube esconde alguns pormenores. Um deles é o fato de a rejeição do presidente Arnaldo ser tamanha que ele foi incapaz de lançar um nome forte para ser o seu sucessor, algo inédito na história do Sport - a situação não ter um candidato na disputa.

Imerso à crise instalada no clube, para piorar, Arnaldo se vê isolado politicamente e sem suporte, já que dos 11 ex-presidentes do Sport ainda vivos, apenas três apoiaram sua gestão: Gustavo Dubeux, João Humberto Martorelli e José Moura. Porém, apenas o primeiro, de fato, esteve presente e atuou nos bastidores do Leão nesses dois últimos anos. Enquanto os outros dois acompanharam os tropeços de Barros à distância.

“Sou testemunha do esforço do Arnaldo Barros e de sua abnegação. É claro que a nossa gestão cometeu erros e que vão servir para o nosso aprendizado. Mas também não podemos desconhecer os avanços que o clube teve. O rebaixamento mexeu bastante com todos. Fez com que maximizasse os erros. A exposição é maior com a queda. Mas o Sport é grande e vai dar a volta por cima”, falou Gustavo Dubeux.

O ponto auge da crise política da atual gestão do Sport aconteceu com a renúncia do presidente do Conselho Deliberativo, Homero Lacerda, que deixou o cargo criticando Arnaldo. “A maioria esmagadora do Conselho é do presidente do executivo. Os conselheiros não deram um simples pedido de informação a um sócio. Negaram a realização da Assembleia Geral. Aprovaram um balanço que deu prejuízo ao clube, que não recolheu os impostos... Praticando apropriação indébita. Um conselho que chancela esse tipo de balanço, não tenho motivo para presidir um conselho desses. Não tem o menor sentido. É fazer papel de bobo. Desisti”, disparou Lacerda, em agosto.

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