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O nível de água conversível em energia armazenada nos reservatórios da região Nordeste mais do que triplicou durante o mês de janeiro. Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que a Energia Armazenada por Região (EAR), no Nordeste, subiu do nível de 5,15% registrado em dezembro para 17,58% no dia 31 de janeiro.
Embora a recuperação dos reservatórios seja expressiva, uma tendência já esperada para o chamado período de chuva, entre novembro e abril, a situação dos reservatórios no Nordeste ainda é preocupante. Em janeiro de 2014, por exemplo, os reservatórios haviam terminado o primeiro mês do ano com o equivalente a 42,62% de energia armazenada. Em 2015, com o agravamento da crise hídrica, o número já havia caído para 16,41% ao final de janeiro, patamar semelhante ao registrado neste ano.
A recuperação do nível de água nos reservatórios do Nordeste reflete a situação de Sobradinho, principal reserva de água da região. O reservatório, que chegou a atingir 2,06% do volume útil no início deste mês, estava em 7,67% no dia 28 de janeiro- último dado disponibilizado pelo ONS.
Demais regiões
A situação dos reservatórios no submercado Sudeste/Centro-Oeste, região responsável por 70% da capacidade de armazenamento de água do País, também apresentou recuperação expressiva no decorrer de janeiro. O indicador de energia armazenada, que estava em 29,82% em dezembro, subiu para 44,43% no dia 31 de janeiro. O número supera os 16,84% registrados no primeiro mês de 2015 e os 40,28% de janeiro do ano anterior.
Na região Norte, o indicador de energia armazenada subiu de 15,38% em dezembro para 30,33% ontem. O número, apesar da recuperação, ainda é inferior aos 34,70% de janeiro de 2015. Na comparação com janeiro de 2014, os reservatórios apresentam queda pela metade, ante os 60,75% de dois anos atrás.
El Niño
Institutos de climatologia atribuem o menor volume de chuvas das regiões Norte e Nordeste ao fenômeno El Niño, que nesta temporada foi mais intenso do que em anos anteriores. O El Niño tem como característica reduzir o volume de chuvas nas regiões mais ao Norte, em contraste à maior incidência pluviométrica da região Sul.
O fenômeno explica os estragos causados nos três Estados do Sul no decorrer das últimas semanas, assim como a elevada taxa de energia armazenada nos reservatórios durante os últimos meses. No dia 31 de janeiro, o indicador no Sul estava em 93,08%, o quarto mês consecutivo com taxas acima de 90%. Em janeiro de 2015, por sua vez, o indicador estava em apenas 59,58%.