LGBT

Parada LGBT do Rio defende aprovação de lei de identidade de gênero

Participantes pediram a aprovação da Lei João Nery, que obriga o SUS e os planos de saúde a custear tratamentos hormonais e cirurgias de mudança de sexo

Agência Brasil
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Publicado em 11/12/2016 às 21:16
Tomaz Silva/Fotos Públicas
Participantes pediram a aprovação da Lei João Nery, que obriga o SUS e os planos de saúde a custear tratamentos hormonais e cirurgias de mudança de sexo - FOTO: Tomaz Silva/Fotos Públicas
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Dezenas de milhares de manifestantes ocuparam a orla da Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, na tarde deste domingo (11), durante da 21ª Parada do Orgulho LGBT Rio, que procurou chamar a atenção para a necessidade do respeito à diversidade de gênero. O número oficial de participantes não foi divulgado.

Com o lema “Eu sou Minha Identidade de Gênero”, o movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e afins luta pela aprovação do Projeto de Lei (PL) 5002/13 – Lei de Identidade de Gênero, conhecida como Lei João Nery. A proposta obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) e os planos de saúde a custear tratamentos hormonais e cirurgias de mudança de sexo a todos os interessados maiores de 18 anos.

Segundo o presidente do Grupo Arco-Íris, Almir França, mesmo após 21 anos do protesto LGBT na capital carioca, “a maioridade penal portanto”, muito pouco se avançou do ponto de vista dos direitos humanos. “Mesmo com este processo todo de luta, a gente está percebendo agora que a discussão deve se dá não mais apenas no campo legal, mas sim no campo do conteúdo, do reconhecimento de quem são esses sujeitos”, afirmou.

Para França, é necessário superar a "identidade baseada no modelo do ser homem e do ser mulher”.  “Ao pensar na transfobia, que talvez consiga mapear e diagnosticar um processo muito maior [de sofrimento] do que somente a homofobia. Nem tudo se resume à questão do gênero que se está estampado na carteira de identidade”, declarou.

O movimento, que reuniu pessoas de diversas partes do país, surgiu com o propósito de se lutar por direitos iguais, a intolerância, o preconceito e o ódio, dando desta forma voz àqueles que durante anos viveram à margem da sociedade.

Para a vice-presidente do Grupo Arco-Íris, Marcelle Esteves, muita coisa mudou no movimento nestes 21 anos de existência. “A Parada LGBT, além de continuar significando um momento de civismo, também passou a significar um movimento cultural, com outro perfil e olhares mais libertos. Não há mais espantos, o que espelha um avanço muito grande no campo estético”. O grupo é um dos organizadores do evento. 

 

A Parada

Com oito trios elétricos, grupos reivindicatórios e tendas de serviço, a Parada LGBT Rio 2016 contou com a participação de pessoas de diferentes estilos e tendências. As fantasias de temas diversos mostravam a mesma alegria e o colorido diversificado das cores da gigantesca bandeira do movimento.  

Neste ano, as Mães pela Diversidade se fizeram presentes no segundo trio e junto com mulheres transexuais e homens trans, lutavam pelo direito dos filhos viveram em um mundo mais harmônico, com respeito, amor e igualdade.

Mais uma vez Jane de Castro abriu a Parada interpretando o Hino Nacional Brasileiro. A tradicional bandeira do arco-íris com 124 metros de comprimento chamava a atenção dos que passavam. Animaram a festa as cantoras Lexa, IZA e a funkeira Ludmilla. Utilizando caixão e coroas de flores, o movimento procurou simular um velório coletivo, onde estiveram representadas as 300 vitimas de homofobia, que segundo os organizadores eram contabilizadas até o dia de ontem neste ano em todo o Brasil.

Entre os serviços prestados na Parada, foram distribuídos folhetos informativos, dicas de saúde e cerca de 400 mil camisinhas para os participantes.

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