Representantes da Odebrecht entregaram ao Ministério Público da República Dominicana os contratos firmados com o governo para que o país investigue supostos subornos milionários de funcionários locais.
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"Depois de concluído o processo, eles terão uma visão mais completa sobre o assunto", disse o advogado da companhia em sua chegada à sede da procuradoria dominicana.
O procurador-geral, Jean Alain Rodríguez, havia dado um prazo de três dias à Odebrecht, que venceu na noite de sexta-feira (13) para a entrega de todos os documentos relacionados às atividades da empresa no país desde 2001. Rodriguez também exigiu às instituições públicas que assinaram contratos com a Odebrecht que entreguem os documentos que comprovem os acordos a fim de compará-los. A empreiteira brasileira assinou 17 contratos com instituições públicas no país desde 2001, para a construção de obras de infraestrutura.
A procuradoria dominicana abriu uma investigação depois que os executivos da Odebrecht confessaram a autoridades do Brasil, dos Estados Unidos e da Suíça que subornaram funcionários de 12 países, em sua maioria na América Latina, para conseguir contratos com instituições públicas.
No caso da Republica Dominicana, a Odebrecht pagou cerca de US$ 92 milhões em suborno, segundo documento do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Depoimentos
Na semana passada, Rodriguez interrogou o gerente da companhia no país, Marcelo Hofke, que disse que a Odebrecht não pagou subornos diretamente, mas entregou US$ 92 milhões a um intermediário.
O representante comercial da Odebrecht no país, Angel Rondón, disse durante um interrogatório aos investigadores que o dinheiro que recebeu da companhia brasileira não foi usados para pagar subornos, mas sim para "serviços de representação comercial".
A procuradoria havia dado um prazo a Rondón, que expirou nesta segunda-feira, 16, para que entregasse documentos que comprovem as transações e o destino do dinheiro recebido da companhia.