Batalhões especiais da Polícia Militar do Rio Grande do Norte entraram na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Natal (RN), no final da tarde de hoje (19), com um caminhão blindado e homens a pé, munidos de escudos. Participam da operação homens dos batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Choque (BPChoque), e do Grupo de Operações Especiais (GOE).
A entrada do contingente fez que os detentos, que circularam pelo pátio da prisão durante todo o dia, se recolhessem para dentro dos pavilhões. O objetivo do governo do estado é manter a polícia no local até a construção de um muro de concreto no meio do pátio. Esse muro dividirá os detentos das facções rivais PCC e Sindicato do RN, para que não ocorram novos confrontos.
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Além disso, membros de uma das facções existentes em Alcaçuz serão levados para outras prisões, para evitar duas facções rivais em um mesmo presídio, mas não foi divulgada qual facção permanecerá no local. Ontem (18), 220 presos já haviam sido transferidos do local. Em entrevista coletiva no início da noite de hoje, o governador Robinson Faria disse que não negocia com as facções criminosas.
“A ação do governo está tendo reações, mas o governo não vai recuar. E é preciso reafirmar: em nenhum momento, o governo autorizou qualquer tipo de negociação, seja com o PCC ou com o Sindicato. Não negociei, não aceito, não autorizo e não admito”, afirmou Faria.
A entrada da polícia ocorreu após um confronto entre os presos no pátio de Alcaçuz, na manhã de hoje. As cenas de um combate de grandes proporções foram transmitidas ao vivo pela TV. O governo não divulgou se houve mortos no confronto, informação que deve ser dada após o final da operação policial no presídio.
Papel das Forças Armadas
Falando sobre o papel das Forças Armadas na crise penitenciária, o ministro da Defesa, Raul Jungmann disse que as mesmas não vão interagir com os presos. Em visita a Dourados (MS), onde cumpre compromissos oficiais, Jungmann disse que não está previsto que os militares atuem na contenção de conflitos. “Nós não vamos fazer repressão dentro de presídio. Não vamos cuidar da crise e da guerra entre facções. O que vamos fazer é uma varredura de instalações, sem qualquer interação. Esse papel é da polícia, como está acontecendo”, disse.