O frigorífico brasileiro BRF, envolvido no escândalo da carne, negou neste domingo que trabalhadores das suas fábricas tenham colocado papelão nos seus produtos e atribuiu esta versão a um "grande mal entendido" na interpretação de conversas grampeadas.
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"Não há papelão algum nos produtos da BRF. Houve um grande mal entendido na interpretação do áudio capturado pela Polícia Federal", afirma um comunicado publicado no site da empresa. O funcionário ouvido nas gravações "estava se referindo às embalagens do produto e não ao seu conteúdo", acrescenta.
O relatório policial cita uma conversa na qual um empregado da empresa diz: "O problema é colocar papelão lá dentro do CMS [carne mecanicamente separada, usada na produção de embutidos] também né. (...) Eu vou ver se eu consigo colocar em papelão. Agora se eu não consegui em papelão, daí infelizmente eu vou ter que condenar".
A BRF afirma que o funcionário estava se referindo a embrulhar em papelão um produto que normalmente é envolvido em plástico e que, se não tiver aprovação para fazer isso, deverá descartá-lo. Além da BRF (dona das marcas Sadia e Perdigão), entre as empresas investigadas está a JBS, líder mundial no mercado de carne (que controla as marcas Big Frango, Seara Alimentos e Swift).
Presos
Mais de 30 pessoas foram detidas desde sexta-feira como parte de uma rede de inspetores sanitários que supostamente recebiam propinas dos frigoríficos para autorizar a venda de alimentos não aptos para o consumo. Entre os detidos está o gerente de relações institucionais da BRF, Roney Nogueira dos Santos.