Professor da Universidade de Brasília (UnB) e um dos maiores especialistas em febre amarela do Brasil, Pedro Tauil criticou a proposta de fracionar a vacina contra febre amarela neste momento. "Isso foi usado em Angola, mas as condições eram totalmente diferentes. O país estava em meio a uma epidemia de febre amarela urbana e não havia vacina disponível."
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Os casos registrados até o momento são silvestres. Justamente por isso, disse, bastaria garantir a imunização nas áreas consideradas de risco e providenciar a vacinação de bloqueio em regiões próximas de epizootias (morte de macacos). "Não temos no momento necessidade do fracionamento. Isso é ludibriar o povo", afirmou.
Assim como Tauil, o pesquisador da Fiocruz Cláudio Maierovitch considera o fracionamento desnecessário.
"Não tem sentido vacinar indiscriminadamente áreas urbanas populosas enquanto o vírus circula nas matas", disse. Ele observou ainda haver o risco de a população, com receio de a vacina ser menos eficaz, tomar mais de uma dose.
Para o pesquisador André Siqueira, no entanto, a estratégia é bem-vinda. "Além de trazer maior tranquilidade, ela pode evitar, por exemplo, o risco do reaparecimento da febre amarela urbana", avaliou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Governo já planeja fracionar vacina de febre amarela
O Ministério da Saúde se prepara para fazer o fracionamento da vacina contra febre amarela. "A decisão vai depender do quanto a gente necessitar no momento", disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Diante do aumento da pressão de Estados para ampliar a oferta de imunizantes e das filas enfrentadas em áreas onde não há risco da doença, a pasta encomendou um levantamento às secretarias de saúde para verificar qual a necessidade de ampliação da oferta.