A mãe do pequeno Artur, atingido por uma bala perdida quando ainda estava em seu útero, recebeu alta nesta quinta-feira (6) do Hospital Moacir do Carmo, em Duque de Caxias. Claudineia dos Santos Melo saiu da unidade médica acompanhada por familiares e foi direto para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, onde seu filho está internado.
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Na saída do hospital, Claudineia afirmou que seu maior sonho era poder tocar no menino. Então grávida de nove meses, ela estava na Favela do Lixão, no centro de Duque de Caxiais, quando foi baleada. Uma cesariana de emergência foi realizada, descobrindo que o bebê também foi atingido pela bala.
Artur segue em estado gravíssimo no Hospital Adão Pereira Nunes. O disparo atravessou o quadril dela e atingiu a criança, perfurando os pulmões e lesionando a coluna, deixando o bebê paraplégico. Os médicos, no entanto, ainda acreditam que a paralisia nos movimentos poderá ser revertida no futuro.
"Essa criança ter sobrevivido é um milagre. Está acontecendo um milagre diante dos nossos olhos. "Hoje, ele está paraplégico. Mas tudo pode acontecer na vida dessa criança", aponta o ginecologista e secretário municipal de saúde de Duque de Caxias José Carlos Oliveira, que em toda a carreira "nunca viu nada igual".
Violência no Rio
O crescimento da violência no Rio de Janeiro atingiu números alarmantes. No mês passado, 749 casos de disparos de armas de fogo ou tiroteios foram notificados na região metropolitana do Rio de Janeiro.
No começo de junho, um mês antes do tiro atingir Claudineia, uma outra mulher grávida foi baleada. Michele dos antos Salas levou um tiro no tórax no 6º mês de gestação, também no município de Nova Iguaçu. A criança, Manoela Vitória, nasceu aos 27 meses, mas faleceu em um parto prematuro.
Segundo dados da ONG Rio de Paz, 14 crianças foram assassinadas por bala perdida no Rio, de janeiro de 2016 até agora.