Paralisação

Policiais civis do Rio Grande do Norte se apresentam para serem presos

No último domingo (31), o desembargador do TJ-RN Claudio Santos determinou a prisão em flagrante dos agentes da segurança pública

JC Online
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Publicado em 03/01/2018 às 10:42
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No último domingo (31), o desembargador do TJ-RN Claudio Santos determinou a prisão em flagrante dos agentes da segurança pública - FOTO: Foto: Divulgação/Sinpol
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Completando 14 dias de paralisação, cerca de 300 policiais civis do Rio Grande do Norte (RN) se apresentaram na Delegacia Geral de Polícia, na manhã desta quarta-feira (3), em Natal, para serem presos. No último domingo (31), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN) determinou que bombeiros, policiais militares e civis do estado retornem ao trabalho sob pena de multa diária de R$ 100 mil a ser aplicada às entidades representativas das categorias. Além da previsão de multa, o desembargador do TJ-RN Claudio Santos também determinou a prisão em flagrante dos agentes da segurança pública se promoverem a continuação da greve.

"Por promoverem, incentivarem, estimularem ou colaborarem, por qualquer meio de comunicação, para a continuação da greve no sistema de segurança pública do Rio Grande do Norte, pelo cometimento de crimes de insubordinação, motim (PM) ou desobediência”, continuou.

Em função das dificuldades financeiras que o Rio Grande do Norte enfrenta, os salários de muitos servidores atrasaram, o que resultou, segundo a Secretaria de Segurança, em uma “greve generalizada” e na paralisação de policiais militares, policiais civis e agentes penitenciários. De acordo com a assessoria do sindicato, a categoria não está em greve.

Reforço

A fim de garantir a segurança nas ruas e nos presídios, foi feito o pedido de reforço de tropas ao governo federal. A definição sobre quantitativo e data para o envio do reforço será feita nos próximos dias, após serem acertados alguns detalhes entre as autoridades locais e federais.

Em função do impasse com as forças policiais, o governo do Rio Grande do Norte transferiu o controle dos órgãos de segurança pública estaduais para o Exército no último sábado (30). Na véspera, o governo federal havia autorizado o envio de até 2,8 mil homens das Forças Armadas para garantir a lei e a ordem em Natal e Mossoró, a segunda cidade mais populosa do estado.

De acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, do início da manifestação policial, em 19 de dezembro, até a manhã deste domingo (31), 94 mortes violentas foram registradas no estado, a maioria na região metropolitana de Natal e Mossoró. Somente na última sexta-feira (29), quando os primeiros militares começaram a chegar para tomar parte na Operação Potiguar III, ocorreram 18 homicídios.

Além dos militares das Forças Armadas, agentes da Força Nacional também atuam na segurança pública do estado: 120 já vinham apoiando os órgãos policiais potiguares desde o ano passado. No último dia 21, o governo federal autorizou o envio de mais 70 agentes para patrulhar as ruas da capital. E no dia 28, mais 30 agentes da Força Nacional foram autorizados a reforçar a ação da tropa especial para suprir a ausência dos policiais potiguares.

Crimes

Do dia 19 de dezembro até o último sábado (30), o número de crimes violentos letais intencionais (categoria que engloba casos de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte) chegou a 87 - aumento de 40,32% em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Observatório da Violência Letal Intencional (Obvio/RN). A Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed/RN) não divulgou dados sobre homicídios até o momento.

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