Erechim

Ator morre após gravar documentário sobre doença rara que o acometeu

Foram seis meses de gravação e 13 países visitados para a produção do documentário

JC Online
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Publicado em 19/02/2018 às 15:21
Foto: Divulgação/Sentido da Vida
Foram seis meses de gravação e 13 países visitados para a produção do documentário - FOTO: Foto: Divulgação/Sentido da Vida
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Após largar tudo para percorrer o mundo gravando um documentário sobre uma doença genética e degenerativa incurável que atinge os nervos, o engenheiro cartográfico Giovane De Sena Brisotto, de 31 anos, morreu em Erechim, no Norte do Rio Grande do Sul, acometido pela mesma doença.

De acordo com o G1, a descoberta da doença foi feita após a morte da mãe de Giovane, quando ele fez um teste e observou que havia herdado dela o gene da enfermidade. Ele foi enterrado no domingo, no túmulo ao lado da mãe.

O Sentido da Vida

O objetivo do documentário era justamente divulgar a doença. Durante as gravações, Giovani, o protagonista, relembrava com tristeza do período de enfermidade da mãe, mas por outro lado, tentava se reerguer. "Tem que enfrentar as dificuldades e encarar, disse em entrevista ao Jornal do Almoço.

Foram seis meses de gravação, 13 países visitados. No Nepal, sofreu uma infecção que interrompeu o período de filmagens. Giovane retornou ao Brasil e fez um transplante de fígado. Após a recuperação, continuou a gravar novas cenas do documentários "O Sentido da Vida", lançado em 2017.

Na página de divulgação do filme nas redes foi postado um texto em homenagem a Giovane:

"Havia uma imensidão impressionante no olhar do Giovane. Talvez fosse pelo seu modo silente, uma forma madura de esperar, que o víamos posto em mistério. Num instante, o rapaz cordial de Erechim era um amigo e o rosto inevitável para “O Sentido da Vida”, documentário épico que sonhou salvar sua vida.

O Giovane De Sena Brisotto deixara de sentir os pés, começara já a andar um pouco esquisito, meio esquecendo as pernas, como se houvesse uma hesitação em cada passo. A paramiloidose, descobríamos todos, subia. Ascendia por seu corpo igual a sombra levantada do chão.

Todos nos comovemos em segredo com o Giovane. Encontrámo-lo em diversos pontos da sua viagem, que o levou do Brasil a Portugal, Malta, Tibete ou Japão. Todos nos comovemos porque, durante a festa que podia haver nas filmagens, sabíamos que ele lutava contra a morte, conhecendo os maiores especialistas do mundo, quantas vezes vulnerabilizado e precisando de cuidados urgentes.

Hoje, o rapaz cordial de Erechim morreu. Ainda que soubéssemos estar fazer um filme acerca de como entender a vida, essa vida que nos vai trair a qualquer momento, não poderíamos nunca conceber que o nosso querido Giovane sucumbisse. O filme, produção gigante, era também uma estratégia para o levar aos melhores e interceder para que fosse cuidado e salvo."

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