PASSEATA

Moradores da Maré fazem passeata em memória de Marielle

Passeata protesta contra a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes.

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Publicado em 18/03/2018 às 16:14
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Passeata protesta contra a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. - FOTO: Foto: Reprodução
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Cerca de duas mil pessoas participaram, neste domingo (18), de uma passeata na comunidade da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, em memória da ativista de direitos humanos Marielle Franco, que nasceu ali e foi morta em uma aparente execução.

A marcha foi a mais recente de uma série de manifestações de protesto e luto pela morte de Marielle, na noite de quarta-feira (14), no bairro do Estácio, região central do Rio. 

"A voz da Marielle não foi calada", gritou um dos organizadores da passeata que usava um megafone. 

Mulher negra, nascida na Maré há 38 anos, Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016. Ela ganhou fama como ativista dos direitos humanos, particularmente por denunciar a violência policial nas comunidades. 

Alguns participantes da marcha deste domingo consideraram sua morte - quatro tiros na cabeça em um ataque aparentemente planejado - uma tentativa de silenciar as críticas às forças de segurança. O motorista que a conduzia, Anderson Gomes, também foi morto na ação. 

O deputado estadual Marcelo Freixo, do PSOL, mesmo partido a que pertencia Marielle, disse que seu assassinato foi uma "vingança e um recado". 

"Eles tentaram transformar a Marielle em medo. Querem que a gente tenha medo. Mas o que vai acontecer e o contrário", disse o deputado federal do PSOL pelo Rio de Janeiro Glauber Braga, durante a manifestação. "Vai ser uma multiplicação de coragem em todo o Brasil".

A professora de biologia Rosilene Almeida da Silva, que participou do protesto, disse que os ativistas vão "ficar mobilizados". 

"Marielle falava pela população oprimida", afirmou. 

RIO DE JANEIRO

O clima de tensão é elevado no Rio, em um contexto de ocorrência crescente de crimes e confrontos constantes entre policiais e narcotraficantes, incluindo um incidente na sexta-feira, em que balas perdidas mataram um menino de dois anos e outras duas pessoas no Complexo do Alemão, também na zona norte do Rio.

Há um mês, o presidente Michel Temer determinou a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro, mas apesar da medida dura, tem havido poucas evidências de que a situação será controlada. 

No mais recente caso de violência, um policial militar reagiu a uma tentativa de assalto e matou um dos homens que tentava roubar seu carro neste domingo em Tomás Coelho, também na zona norte do Rio. Segundo o site de notícias G1, a filha do policial foi atingida na troca de tiros entre o policial e os bandidos e levada para o Hospital de Bonsucesso.  

No ano passado, 134 policiais foram mortos no estado do Rio. 

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