Um mistério está deixando os moradores do povoado de Nagé, em Maragojipe, no Recôncavo baiano, intrigados e assustados. No total, foram três mortes registradas nas três últimas semanas, sendo que as vítimas, uma mulher e duas crianças, são da mesma família. A suspeita da polícia é de que elas tenham sido envenenadas.
O enigma das mortes começou no dia 30 de julho, uma segunda-feira, quando a pequena Greicy Kelly Santos da Conceição, 5 anos, foi socorrida às pressas para o um hospital, em São Félix, depois de passar mal. O médico que atendeu a menina contou para a TV Bahia que ela estava salivando e com hiperglicemia, excesso de açúcar no sangue.
A notícia da morte da menina deixou todos surpresos e intrigados com o que poderia ter acontecido. Na semana seguinte, também em uma segunda-feira (6), a irmã dela, Ruth Santos da Conceição, 2, passou mal e foi socorrida às pressas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Maragojipe. Ela chegou na unidade desfalecida e morreu no mesmo dia.
A mãe das duas crianças, Adriane Ribeiro Santos, 23, ainda estava se recuperando da perda das filhas quando passou mal essa semana, também numa segunda-feira (13), e precisou ser levada às pressas para a mesma UPA, expelindo secreção pela boca, dentre outros sintomas. Ela também não resistiu.
CASOS SÃO SEMELHANTES
Mãe e filha foram atendidas pelo mesmo médico, Sávilo Santana, que contou que elas apresentaram quadros similares quando deram entrada na UPA. "As duas estavam com sintomas muito parecidos. A filha do casal chegou sem reação na unidade, mas com bastante secreção. Na semana seguinte, a mãe também estava salivando, com muito suor e extremidades frias. Fizemos o possível para reanimar as duas, mas não conseguimos".
Leia Também
INVESTIGAÇÃO
A polícia encontrou na casa da família uma medicação para tratar diabetes, com parte da cartela usada, mas familiares das vítimas ouvidos pela TV Bahia contaram que nem a mãe nem as crianças tinham a doença. A polícia aguarda o laudo da perícia para identificar as causas das mortes.
O Departamento de Polícia Técnica (DPT) informou que o laudo tem prazo legal de dez dias para ser concluído, mas que ele pode ser prorrogado caso haja necessidade de novos exames.
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou que uma equipe de Vigilância Sanitária do Núcleo Leste está na cidade orientando os técnicos de Maragojipe durante a perícia na casa das vítimas, realizada nesta quarta-feira (15).
Em nota, a prefeitura de Maragojipe informou que foram realizados todos os procedimentos cabíveis para tentar reanimar as vítimas. O pai das crianças e marido de Adriane também fez exames médicos.
“O Município, solidário com a dor dos familiares e preocupado com o mistério do caso, está prestando todo o apoio necessário para apuração dos fatos a fim de encontrar rapidamente as respostas e adotar as providências que se fizerem necessárias”, diz a nota.