Marcelo Piloto, o líder do "Comando Vermelho" preso no Paraguai por tráfico de drogas e com pedido de extradição para o Brasil, rejeitou nesta terça-feira (6) a acusação de terrorismo apresentada pelas autoridades paraguaias.
"Temos nossos códigos e isto se respeita até a morte. Sou um comerciante ilícito. Vendo armas, drogas, mas não sou terrorista. Isto é uma mentira", disse Piloto, cujo nome de batismo é Marcelo Pinheiro.
Em entrevista coletiva enquanto aguarda sua extradição para o Brasil, Marcelo Piloto negou qualquer relação com o carro-bomba descoberto pela polícia em uma operação no dia 24 de outubro em Puerto Franco, 350 km a leste de Assunção.
Na operação, a polícia matou três brasileiros, supostos cúmplices de Marcelo Piloto.
Segundo as forças de segurança, o carro-bomba era parte de um plano para resgatar o narcotraficante do Agrupamento Especializado da Polícia, em Assunção.
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O carro-bomba foi detonado de forma controlada pela polícia.
"Não tenho nada que ver com eles", disse Marcelo Piloto, desafiando as autoridades a apresentar provas contra ele.
"Colocam meu nome, minha foto no diário e me acusam de terrorismo. Isto é inaceitável. O terrorismo em nossa facção (Comando Vermelho) não é aceito. Temos os nossos códigos".
"O Paraguai é o país da impunidade e da corrupção", denunciou Marcelo Piloto, afirmando que pagou 200 mil dólares ao chefe de Investigações da Polícia para que o protegesse da Polícia Federal brasileira.
"Pagava para ter proteção. Tenho provas se interessar ao promotor", declarou Piloto sobre o comissário Abel Cañete.
Extradição
O ministro paraguaio do Interior, Juan Villamayor, declarou que as acusações do narcotraficante contra as autoridades locais são uma tentativa de permanecer no país e evitar sua extradição.