Denúncias

Investigação sobre João de Deus se concentra em 15 casos, diz delegado

O líder espiritual teve o mandado de prisão decretado no fim da manhã de sexta-feira (14) e se entregou às autoridades somente na tarde deste domingo (16)

Estadão Conteúdo
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Publicado em 16/12/2018 às 19:42
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O líder espiritual teve o mandado de prisão decretado no fim da manhã de sexta-feira (14) e se entregou às autoridades somente na tarde deste domingo (16) - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Atualizada às 21h34

O delegado-geral da Polícia Civil de Goiás, André Fernandes, disse neste domingo (16) que a investigação sobre as denúncias de abuso sexual contra o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, vai se concentrar em 15 casos e que a polícia irá focar, a partir de agora, a "formação da prova". Após ter prestado depoimento, o médium foi encaminhado para o Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, denominado de Núcleo de Custória, para cumprir prisão preventiva. João de Deus ficará numa cela isolada e sem contato com os demais detentos.

"A polícia civil está analisando caso a caso e está se concentrando na questão do abuso (sexual). O grande desafio é provar essa situação. A Polícia Civil persiste focada na formação da prova. Tem muitos crimes que estão prescritos, mas vítimas que comparecem atuarão como testemunha", afirmou.

Defesa quer prisão domiciliar

A defesa do médium João de Deus apresentará nesta segunda-feira (17) pedido de habeas corpus para que ele cumpra em casa a prisão preventiva. A informação foi dada em entrevista coletiva, pelo advogado Alberto Toron, defensor do médium. O advogado quer que sejam considerados a idade e o estado de saúde de João de Deus.

O médium passará a noite de domingo na prisão. Segundo Toron, o médium terá “tratamento adequado” e seguindo “peculiaridades”.

Depoimento

João de Deus esteve na Delegacia Estadual de Investigação Criminal (Deic) em Goiânia (GO), onde prestou depoimento sobre as denúncias de abuso sexual. Após ser interrogado, ele foi levado ao Instituto Médico Legal para exame de corpo delito. Em seguida, o líder religioso seguiu para o Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia para cumprir prisão preventiva.

O líder espiritual teve o mandado de prisão decretado no fim da manhã de sexta-feira (14) e se entregou às autoridades somente na tarde deste domingo. O delegado-geral negou que a Polícia Civil estivesse preocupada com uma possível fuga do acusado. "Tínhamos situação controlada. A apresentação espontânea só se deu após várias técnicas utilizadas, aprendida por grandes delegados. É o momento agora da Polícia Civil confeccionar suas provas", afirmou.

André Fernandes afirmou também que, caso a investigação aponte para a participação de funcionários da Casa Dom Inácio de Loyola nos supostos crimes cometidos, essas pessoas também serão alvos do inquérito policial. "Se as investigações provarem isso, que houve qualquer tipo de conivência, essa pessoa será trazida para dentro da investigação. Com certeza (cúmplices podem ser punidos)."

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