Dinheiro

Defesa diz que João de Deus só 'baixou aplicações de RS 35 mi', mas não ia fugir

Já o Ministério Público (MP) do Estado de Goiás, confirmou neste domingo (16) a informação de que o médium João de Deus, retirou R$ 35 milhões de contas e aplicações financeiras

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Publicado em 16/12/2018 às 18:28
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Já o Ministério Público (MP) do Estado de Goiás, confirmou neste domingo (16) a informação de que o médium João de Deus, retirou R$ 35 milhões de contas e aplicações financeiras - FOTO: Foto: EVARISTO SA/AFP
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O criminalista Alberto Toron, que representa o médium João de Deus, negou movimentações suspeitas de R$ 35 milhões na conta e aplicações financeiras e afirmou que o líder espiritual não planejava deixar o País. João de Deus se apresentou às autoridades neste domingo (16) em Abadiânia (GO), e encaminhado para a Delegacia Estadual de Investigação Criminal (Deic), em Goiânia, onde prestará depoimento.

"O dinheiro não foi sacado, o senhor João de Deus apenas baixou as aplicações. Não houve movimentação. Ele não sacou o dinheiro do banco e não estava fora do Estado", afirmou Toron. Segundo o advogado, o médium prestará depoimento e será encaminhado a uma unidade prisional do Estado.

Caso

O Ministério Público (MP) do Estado de Goiás confirmou neste domingo (16) a informação de que o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, retirou R$ 35 milhões de contas e aplicações financeiras após as primeiras denúncias de abuso sexual. A informação acelerou a decretação da prisão preventiva do médium. No meio da tarde de hoje, o médium se entregou à polícia.

Preso

Em virtude da idade e dos crimes pelos quais é acusado, a expectativa é que o médium seja lotado em uma cela individual.

O criminalista acompanhou as negociações com as autoridades desde a sexta-feira (14) quando a Vara Judicial de Abadiânia expediu decreto de prisão preventiva contra o médium. Toron afirma encarar com ‘estranheza’ o fato de denúncias de supostos crimes cometidos há 30 anos terem voltado à tona agora.

"À medida em que os fatos forem sendo apurados, as pessoas forem sendo ouvidas, vamos poder ver se são aproveitadores", disse, ao citar uma holandesa que denunciou João de Deus e que, segundo o criminalista, tem um passado ‘mais que duvidoso’. "Se fere de forma tão grave, como mulheres voltaram [ao Centro Dom Inácio Loyola, onde foram cometidos os supostos crimes] cinco vezes, oito vezes?", questionou.

O criminalista pediu "calma e serenidade" em relação à apuração das acusações. Desde a revelação dos primeiros casos, o Ministério Público recebeu mais de 330 denúncias de abuso sexual contra João de Deus. As acusações vieram dos Estados de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará, Santa Catarina, Piauí e Maranhão, e pelo menos seis países - Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia, Estados Unidos e Suíça.

"Precisamos de um pouco de calma e serenidade para que não se faça um linchamento", afirmou. "Em respeito a essas mesmas pessoas e mulheres, precisamos fazer essa investigação com todo o cuidado."

O criminalista disse que apresentará um pedido de habeas corpus para suspender a prisão preventiva em troca de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.

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