Antes de se entregar à polícia de Goiás, na tarde deste domingo (16), o médium João Teixeira de Faria, que era considerado foragido deste do sábado (15), explicou os motivos de ter se entregue somente hoje à polícia para a repórter Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. "Na hora que fiquei sabendo, me entrego à justiça divina e à justiça da terra como prometi. Fiquei sabendo (da ordem de prisão) pelo meu advogado, o doutor Toron, que está aqui presente", disse o médium, ao ser questionado pela jornalista da demora de se entregar. Em seguida, João de Deus entrou em um dos carros descaracterizados da Polícia Civil de Goiás.
Leia Também
Prisão
O médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, se entregou na tarde deste domingo (16) à polícia de Goiás. O prazo para que ele se entregasse havia terminado às 14h desse sábado (16). Com isso, ele foi considerado foragido pelo Ministério Público e pela Justiça e teve seu nome incluído na lista de procurados da Interpol.
Acusado de abuso sexual, o líder religioso não era visto publicamente desde a última quarta-feira (12). Já havia uma expectativa de que ele se entregasse neste domingo em Goiás. Mais de 300 mulheres afirmam ter sido vítimas do religioso, segundo o MP-GO. A defesa nega.
Casa Dom Inácio
Apesar de toda a polêmica envolvendo o líder espiritual, a Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus fazia os atendimentos normalmente, permaneceu aberta até o horário do almoço deste domingo (16) e encerrou as atividades em seguida.
Durante a manhã, aproximadamente uma dezena de pessoas permanecia no local, a maioria estrangeiros, vestidos de branco. Enquanto alguns faziam orações, outros permaneciam em locais de meditação da Casa.
Como foi a entrega
João de Deus se entregou na encruzilhada de uma estrada de terra de Abadiânia, às margens da BR-060. Toda a negociação foi feita entre o advogado do médium, Alberto Toron, e o delegado geral da Polícia Civil de Goiás.
Escondido em um sítio, João de Deus chegou ao encontro no veículo de um dos seus advogados, enquanto a polícia chegou em três carros.
Antes de se entregar à polícia, o médium, que é cardíaco, passou mal e, trêmulo, pediu para tomar um remédio sublingual.
Saque de R$ 35 milhões acelerou pedido de prisão
O Ministério Público (MP) do Estado de Goiás confirmou neste domingo a informação de que o médium João de Deus retirou R$ 35 milhões de contas e aplicações financeiras após as primeiras denúncias de abuso sexual. A informação acelerou a decretação da prisão preventiva do médium, que ainda não se apresentou à polícia.