O médium João de Deus, que se entregou às autoridades e foi preso neste domingo (16), em Abadiânia (GO), foi levado para Goiânia, onde prestou depoimento sobre as acusações de assédio sexual. Em virtude da idade dele - 76 anos - e dos crimes em que é acusado, a expectativa é que ele seja lotado em uma cela individual.
A defesa de João de Deus afirmou no sábado (15), que planeja apresentar um pedido de habeas corpus para suspender a prisão preventiva. Segundo Toron, não há contemporaneidade entre as denúncias contra o médium e sua necessidade de prisão. "Os fatos são antigos e não aconteceu nada de novo que justificasse a prisão", declarou.
Desde a revelação do caso, quando as primeiras acusações foram reveladas pelo Jornal Nacional e pelo Conversa com Bial, ambos da TV Globo, a promotoria de Abadiânia, em Goiás, recebeu 335 denúncias de abuso sexual contra João de Deus.
As acusações vieram de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará, Santa Catarina, Piauí e Maranhão, e pelo menos seis países - Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia, Estados Unidos e Suíça.
O crime teria ocorrido durante sessões espirituais no Centro Dom Inácio Loyola, em Abadiânia. Segundo a Promotoria, João de Deus oferecia "atendimentos particulares" a mulheres após os tratamentos, momento em que os abusos seriam cometidos.
Leia Também
- MP de Goiás pede prisão preventiva de médium João de Deus
- Vítimas de abuso criam rede de apoio a mulheres que denunciaram João de Deus
- Após denúncias contra João de Deus, centro espírita cogita recesso
- Ministério Público de Goiás recebe 330 denúncias contra João de Deus
- Advogado de João de Deus pede que pedido de prisão não seja concedido
- Defesa pede escolta para João de Deus
- João de Deus exerce liderança em Abadiânia
- Justiça de Goiás decreta prisão preventiva de João de Deus
- Defesa de João de Deus afirma não ter tido acesso a depoimentos
- 'Funcionários de João de Deus sabiam dos abusos', diz MP de São Paulo
- Força-tarefa apura denúncias contra João de Deus em seis países
- Médium João de Deus negocia apresentação à polícia, diz delegado
- 'Nós não vamos fechar', diz funcionário de João de Deus
- Polícia acredita que João de Deus está fora de Goiás
- MP diz que João de Deus é foragido; Polícia Civil negocia rendição
- Médium João de Deus negocia sua entrega
- Foragido, João de Deus deve se entregar às autoridades neste domingo
- João de Deus é considerado foragido da Justiça e entra na lista da Interpol
- João de Deus sacou R$ 35 milhões de contas e aplicações, confirma MP
- João de Deus se entrega à polícia de Goiás
Prisão
Na quinta (14), o Ministério Público protocolou pedido de prisão preventiva contra João de Deus após notar retirada de R$ 35 milhões de contas e aplicações financeiras em nome do médium. No dia seguinte, a Vara Judicial de Abadiânia expediu o documento, mas ele não foi localizado pelas autoridades.
João de Deus foi considerado foragido da Justiça pelo Ministério Público no sábado (15), e teve o nome incluído na lista de procurados da Interpol.