A minoria yazidi tem sido há muito tempo uma das minorias mais vulneráveis ??no Iraque e foi particularmente afetada pelas atrocidades cometidas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
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Investigadores da ONU estimaram nesta quinta-feira que os ataques do EI contra os yazidis no Iraque poderiam constituir um "genocídio".
Eles pedem uma ação no Tribunal Penal Internacional (TPI) a este respeito.
O EI tem multiplicado os abusos cometidos nas áreas sob seu controle no Iraque e na vizinha Síria, onde o grupo está envolvido na guerra desde 2013.
No mundo inteiro, os yazidis somam um milhão e meio, um terço desta comunidade se encontra no Iraque. Outras comunidades estão estabelecidas na Turquia, Geórgia e Armênia, sem contra a diáspora no Ocidente, segundo o site do Vaticano.
Vivendo em cantos remotos das montanhas do Curdistão, os yazidis, comunidade de língua curda, segue uma religião cujas origens remontam ao mazdeísmo, nascido no Irã há quase 4.000 anos, e ao culto de Mitra. Mas com o tempo, eles incorporaram elementos do Islã e do Cristianismo.
Os yazidis oram a Deus em direção ao sol e veneram sete anjos, sendo o mais importante deles Melek Taus ou Anjo-Pavão. Eles pronunciam suas orações em curdo e não têm nenhum livro sagrado.
A tradição yazidi proíbe o casamento fora da comunidade e mesmo até em seu próprio sistema de castas. As crenças e práticas dos yazidis - como a proibição de comer alface e vestir a cor azul - são considerados por seus críticos como satânicas.
Os muçulmanos ortodoxos consideram o pavão como uma figura demoníaca e os yazidis foram rotulados como "adoradores do diabo".
Como iraquianos não-árabes e não-muçulmanos, têm sido uma das minorias mais vulneráveis do país. Milhares de famílias fugiram do Iraque em razão da perseguição do governo de Saddam Hussein, em particular para a Alemanha.
Em agosto de 2007, enormes caminhões-bomba destruíram quase inteiramente duas aldeias yazidis no norte do Iraque. Mais de 400 pessoas foram mortas nas explosões.
Em agosto de 2014, o destino dos yazidis mudou quando o EI conquistou os arredores do Monte Sinjar, reduto desta comunidade no norte do Iraque. Em poucas horas, milhares de pessoas fugiram pelas montanhas áridas, procurando refúgio no Curdistão iraquiano. Outras centenas, talvez milhares, morreram no ataque, ou durante a fuga nas montanhas.
Segundo a Anistia Internacional, os jihadistas executaram homens e sequestraram centenas, se não milhares, de mulheres, que foram vendidas como noivas para combatentes ou reduzidas à condição de escrava sexual.
Logo depois, os Estados Unidos anunciaram a criação de uma coalizão internacional antijihadista que realiza desde então ataques aéreos contra o EI. Estes ataques permitiram o exército iraquiano, completamente sufocado nos primeiros dias da ofensiva jihadista, e os peshmergas curdos recuperar algum terreno.
Além da minoria yazidi, dezenas de milhares de cristãos iraquianos, a maioria seguidores da Igreja Católica Caldeia, também fugiram em agosto, após a ofensiva do EI, que detém muitas cidades e vilas cristãs da planície de Nínive (norte).