Política

Estado de Arkansas, nos EUA, deve alterar lei tida como antigay

Texto impede o governo estadual de proibir que empresas ou instituições sigam suas crenças religiosas. Para os críticos, ela abre espaço para que comerciantes e prestadores de serviços se recusem a atender clientes gays

Da Folhapress
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Publicado em 02/04/2015 às 8:03
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Após uma onda de repúdio, o governador do Arkansas, o republicano Asa Hutchinson, anunciou na quarta-feira (1º) que pediu a legisladores locais mudanças na lei estadual sobre liberdade religiosa aprovada no dia anterior.

O texto impede o governo estadual de proibir que empresas ou instituições sigam suas crenças religiosas. Para os críticos da lei, ela abre espaço para que comerciantes e prestadores de serviços se recusem a atender clientes gays.

"Queremos ser reconhecidos como um Estado que não discrimina, mas que entende a tolerância", disse Hutchinson. "O que é importante do é que nós consigamos o equilíbrio correto."

O recuo veio depois que empresas de tecnologia e grandes empregadores, como a gigante varejista Walmart, se posicionaram abertamente contra a lei.

Segundo o governador, até seu filho, Seth, pediu que ele vetasse o texto aprovado pelo parlamento local, de maioria republicana.

INDIANA

O anúncio de Hutchinson veio um dia depois de o governador de Indiana, o também republicano Mike Pence, garantir que os legisladores "consertarão" a lei sobre liberdade religiosa em seu Estado para esclarecer que ela não permite a discriminação contra gays e lésbicas.

Pence reconheceu que o texto havia se transformado em uma ameaça para a reputação e a economia de Indiana, com empresas e organizações sinalizando que boicotariam o Estado em repúdio à lei.

As legislações aprovadas em Indiana e no Arkansas são semelhantes, mas têm divergências sobre alguns pontos que fazem referência à Lei de Restauração da Liberdade Religiosa, lei federal sancionada por Bill Clinton em 1993.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, contudo, disse que a lei de Indiana deixa muito mais espaço para discriminação do que a legislação federal. "Vemos empresários relutantes em fazer negócios num Estado onde seus clientes ou mesmo empregados podem estar sujeitos a discriminação só por causa de quem amam", afirmou.

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