Investigadores de direitos humanos da ONU conduziram uma investigação no ano passado depois de "acusações importantes" de abuso e exploração sexual por soldados franceses na República Centro-Africana, indicou um porta-voz nesta quarta-feira.
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De acordo com o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, um funcionário da organização foi suspenso por ter vazado em julho 2014 os resultados da investigação para as autoridades francesas.
O relatório confidencial documenta a exploração sexual de menores por parte de soldados franceses estacionados na República Centro-Africana, incluindo detalhes sobre as vítimas e dos soldados envolvidos.
O ministério da Defesa francês confirmou que Paris abriu sua própria investigação após a da ONU.
O jornal britânico The Guardian identificou o funcionário que vazou o relatório confidencial como sendo o sueco Anders Kompass.
A ONU, que não havia identificado o diplomata, disse que "tal conduta não faz dele um informante".
Kompass vazou o documento confidencial antes de ser apresentado a altos funcionários do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.
Os abusos descritos no documento ocorreram antes da implementação da missão das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA) e foram investigadas pelo Gabinete de Direitos Humanos da ONU, em Bangui, no final do segundo trimestre do ano passado.
Segundo o jornal britânico The Guardian, o relatório pode conter testemunhos de crianças que afirmaram terem sido estupradas por soldados franceses entre dezembro de 2013 e junho 2014 em um campo para deslocados no aeroporto de Bangui.
A França enviou tropas para a República Centro-Africana em dezembro de 2013, quando o país estava mergulhado na violência após um golpe que depôs o líder Francois Bozizé.