Estado Islâmico

Jihadistas já destruíram bens culturais no Iraque e Mali

Temor geral é de que o grupo terrorista cause mais danos depois da conquista da cidade iraquiana de Palmira

Da AFP
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Publicado em 21/05/2015 às 18:19
Foto: Welayat Nineveh / Media Office / AFP
Temor geral é de que o grupo terrorista cause mais danos depois da conquista da cidade iraquiana de Palmira - FOTO: Foto: Welayat Nineveh / Media Office / AFP
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A conquista da antiga cidade de Palmira, na Síria, por parte do Estado Islâmico (EI), provoca temores de sejam causados graves danos a essas célebres ruínas, diante do rastro de destruição recente deixado pelo grupo e por outros jihadistas em vários países.

IRAQUE

Em fevereiro, os jihadistas reduziram inúmeras peças arqueológicas a pó, entre elas objetos, obras e peças de valor inestimável expostas no Museu de Mossul, segunda cidade mais importante do país. Essa localidade se tornou o principal reduto do EI no Iraque.

Os jihadistas divulgaram vídeos, mostrando a destruição de esculturas de civilizações pré-islâmicas, por considerá-las idólatras. Especialistas consultados pela AFP acreditam que o EI tenha destruído apenas as peças que, por seu tamanho, não tinham como ser revendidas no mercado negro.

O EI é acusado de saquear e vandalizar vários sítios arqueológicos, entre eles a antiga cidade de Hatra, classificada como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

 

LÍBIA

Em agosto de 2012, jihadistas demoliram o mausoléu de Al Shab al Dahmani, em Trípoli, e profanaram a tumba desse sábio, local de peregrinação para alguns muçulmanos, especialmente os sufis.

Também saquearam uma biblioteca e arrasaram um mausoléu em Zliten e Misrata, no oeste do país, o que provocou a indignação da sociedade civil e de vários políticos líbios, assim como de organizações internacionais.

Os integristas se opõem à existência desses mausoléus erguidos em memória de santos muçulmanos, porque esses últimos são objeto de uma veneração popular contrária, segundo eles, à unicidade de Deus.

 

MALI

Em junho de 2012, membros do grupo armado Ansar Din destruíram mausoléus de santos muçulmanos na maior mesquita da cidade de Tombuctu, considerada um patrimônio mundial em perigo. Os jihadistas disseram se opor à veneração dos mortos e prometeram destruir todos os mausoléus do norte de Mali.

Em setembro desse ano, islamitas do Movimento para a Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao) puseram abaixo o mausoléu do xeque El Kebir, 330 km ao norte de Gao.

Os combatentes do Ansar Din também rejeitam a veneração dos santos e, por isso, destruíram o mausoléu, um importante lugar de adoração para os muçulmanos da região.

Quase três meses depois das primeiras destruições, islamitas armados destruíram o mausoléu de Alfa Mobo, outro lugar santo em Gundam (a 90 km de Tombuctu, noroeste de Mali). O mausoléu fica junto ao cemitério da cidade.

 

AFEGANISTÃO

Em 2001, os milenares Budas de pedra do vale de Bamiyan, no centro do Afeganistão, foram destruídos pelos talibãs, no poder em Cabul desde 1996.

Um deles era o maior do mundo com 55 metros de altura.

Tesouros da humanidade, os budas haviam sido construídos há mais de 1.500 anos, quando, no que é hoje o Afeganistão, florescia uma riquíssima e original cultura budista. Esta também foi nutrida pelo aporte grego de Alexandre Magno, que havia estendido seu império até essas regiões.

A invasão muçulmana impôs sua religião, fazendo o budismo desaparecer, mas deixou como testemunhas suas obras de arte celebradas por especialistas do mundo inteiro.

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