ACIDENTE

Companhia aérea diz que apenas 'ação externa' explica queda de avião no Egito

A aeronave caiu no sábado (31), 224 pessoas morreram

Da AFP
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Publicado em 02/11/2015 às 20:24
Foto: KHALED DESOUKI / AFP
A aeronave caiu no sábado (31), 224 pessoas morreram - FOTO: Foto: KHALED DESOUKI / AFP
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O Airbus A321 que caiu no sábado (31) no Egito estava "em excelente estado técnico" e apenas uma "ação externa" pode explicar o acidente, assegurou nesta segunda-feira (2) um diretor da companhia aérea Metrojet, que também excluiu erro humano.

Contudo, a agência federal russa encarregada pelo transporte aéreo, Rosaviatsia, contestou as primeiras conclusões da Metrojet, considerando "prematuras". "Não há nenhuma razão para tirar conclusões sobre as causas da destruição em voo da aeronave", declarou seu diretor, Alexandre Neradko, considerou que "muito trabalho" ainda é necessário na análise dos destroços e das caixas-pretas.

Neste sentido, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, reiterou que "nenhuma pista pode ser excluída", mas que "não se pode brincar de adivinhação".

No Cairo, a análise das caixas pretas foi iniciada.

Em São Petersburgo, as famílias das vítimas começaram a identificar os seus entes queridos após a chegada de um primeiro avião transportando 140 corpos.

Um segundo avião com os corpos de outras vítimas deve decolar ainda nesta segunda-feira às 18h00 GMT (16h00 de Brasília) do Cairo, segundo anunciou Vladimir Svetelsky, funcionário do ministério das Situações de Emergência russo.

O contato com o avião acidentado, que se dirigia para São Petersburgo, foi perdido quando ele voava a mais de 30.000 pés (mais de 9.000 metros), uma altitude de cruzeiro.

"O avião estava em excelente estado técnico", declarou durante uma coletiva de imprensa o diretor geral da companhia, Alexandre Smirnov.

"Nós excluímos uma falha técnica ou ainda um erro de pilotagem", acrescentou, ressaltando que "a única causa possível é uma ação externa".

Ele não comentou sobre que ação ou fator externo poderia ter causado a tragédia.

A aeronave da companhia Metrojet, que pertence ao transportador Kogalymavia, caiu no Sinai egípcio nas primeiras horas de sábado, 23 minutos após sua decolagem do balneário de Sharm El-Sheikh.

A catástrofe aérea, a pior conhecida pela Rússia, fez 224 mortos (217 passageiros e sete tripulantes).

"Tudo leva a crer que desde o início da catástrofe, a tripulação perdeu o controle total" do avião, afirmou Smirnov.

"O avião estava incontrolável, ele não voava, ele caia, e a passagem de uma situação de voo para uma situação de queda se explica aparentemente pelo fato de o avião ter sofrido danos a sua estrutura", explicou sem fornecer mais detalhes.

Ele indicou ainda que os pilotos "não tentaram entrar em contato por rádio com os controladores aéreos no chão".

No domingo, o chefe dos peritos aeronáuticos envolvidos na investigação, Viktor Sorotchenko, indicou que o avião havia se despedaçado no ar, o que explicava os destroços espalhados por uma área de 20 km2.

As autoridades egípcias e russas disseram que ainda não poderiam anunciar a causa do acidente, mas a hipótese de um ataque permanece plausível, após a reivindicação pelo ramo egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que anunciou no sábado que havia destruído o avião em resposta aos bombardeios russos na Síria.

Em Washignton, o chefe da inteligência americana, James Clapper, considerou "improvável" que o grupo Estado Islâmico tenha os meios para abater um avião comercial em pleno voo, mas afirmou que não poderia "excluir" essa possibilidade.

Homenagem às vítimas

Pela primeira vez desde a tragédia, o presidente Vladimir Putin apareceu a televisão. Durante um encontro com seu ministro dos Transportes, Maxime Sokolov, agradeceu os habitantes de São Petersburgo e insistiu na necssidade de ter informações "objetivas sobre o que passou". 

"É uma terrível tragédia. Neste momento, é importante sentir (...) o apoio de todo o país", acrescentou o presidente russo.

Imediatamente após a chegada dos primeiros corpos no aeroporto de São Petersburgo, na madrugada desta segunda-feira, eles foram levados para um crematório para o processo de identificação.

Para facilitar a identificação, familiares dos passageiros fornecem desde sábado amostras de DNA em um centro de crise próximo ao aeroporto, onde um memorial improvisado foi criado em homenagem aos mortos.

 

Milhares de pessoas prestaram homenagem domingo à noite em São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, aos 217 passageiros e sete tripulantes que morreram no desastre, todos eram russos, exceto três ucranianos.

Um oficial do exército indicou à AFP domingo à noite que 168 corpos haviam sido encontrados.

Desde o anúncio do desastre, todos os olhos se voltaram para a Metrojet, uma pequena companhia que freta aviões.

Uma investigação foi aberta na Rússia para verificar possíveis violações dos regulamentos e buscas foram realizadas nas instalações da empresa.

"Estamos certos de que nossos aparelhos estão em bom estado de funcionamento e que o nível de nossos pilotos corresponde aos padrões internacionais, ou até mais", insistiu nesta segunda-feira a porta-voz da Metrojet, Oxana Golovina.

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