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Os Estados Unidos começaram a voltar à normalidde após a forte nevasca provocada pela tempestade Jonas, que deixou pelo menos 25 mortos e paralisou várias cidades, incluindo Nova York e Washington.
A histórica tempestade cobriu de neve o leste do país na sexta-feira e no sábado, paralisando cidades como Nova York e Washington, DC. Cerca de 85 milhões de pessoas foram afetadas, o que equivale a 25% da população do país.
"Foi realmente uma tempestade histórica e, apesar de termos feito grandes avanços, ainda não terminamos o trabalho", afirmou o governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo
Mais de 11 mil voos foram cancelados nos três dias de tormenta, sendo 3.500 somente neste domingo, segundo o site especializado FlightAware. Os aeroportos de Nova York, Filadélfia, Washington e Baltimore foram fechados. A capital dos Estados Unidos e sua principal metrópole suspenderam todas as viagens.
Pelo menos 25 pessoas morreram pela tempestade, segundo autoridades locais. Cinco faleceram na região de Nova York, seis, na Carolina do Norte, cinco na Virgínia, duas em Kentucky. Carolina do Sul, Maryland, Arkansas, Ohio, Delaware, Washington e Columbia tiveram uma vítima cada um.
Muitos desses óbitos resultaram de acidentes de estrada e de ataques cardíacos durante a tentativa de remover a neve das ruas. Este foi caso das cinco vítimas em NY e em Long Island, relatou o governador de Nova York, Andrew Cuomo.
Mais de 200.000 casas ficaram sem energia elétrica, enquanto 2.200 oficiais da Guarda Nacional foram mobilizados.
A Meteorologia informou que a tempestade - que recebeu o apelido de "Snowzilla", mistura de "snow", neve em inglês, e o nome do monstro do cinema "Godzilla" - deixou 56 centímetros de neve acumulada em Washington.
Os 68 centímetros de neve que caíram em um único dia sobre o Central Park, em Nova York, representam a segunda maior marca desde o início dos registros, em 1869.
Os recordes de nevascas também foram quase batidos na Filadélfia e em Baltimore. Jonas foi acompanhada por rajadas de vento superiores a 80 km/h.
"Esta foi uma tormenta verdadeiramente histórica e, apesar de termos feito grandes avanços, ainda não terminamos o trabalho", advertiu o governador Andrew Cuomo.
"Os nova-iorquinos ainda devem evitar viagens desnecessárias. Pede-se que tenham cuidado, planejem com antecipação e se mantenham seguros", acrescentou.
Os fortes ventos provocaram o temor de inundações em diversos pontos da costa do Atlântico, segundo o Serviço Meteorológico Nacional, enquanto as ruas em algumas localidades costeiras de Nova Jersey ficaram cobertas de água e gelo.
Mas, depois de uma das mais intensas tempestades na região em décadas, o tempo parece melhorar neste domingo, com a previsão de sol e céu azul.
Aeroportos reabrem em NY
Na Broadway, os espetáculos foram retomados, e os museus de Nova York reabriram suas portas neste domingo. O trabalho de retirada da neve continua nas grandes avenidas da Big Apple.
"Depois de ficarmos trancados alguns dias, é divertido", disse Laura Lorenzo, de 33, que participou de uma guerra de neve inspirada no filme "Star Wars", em Washington.
Na capital americana, ônibus e metrô permanecem sem funcionar até segunda-feira pelo menos.
Apesar da melhora do tempo, a situação de milhares de passageiros que esperam nos aeroportos da região vai demorar para normalizar.
Os dois aeroportos de Washington permaneciam fechados hoje. Já os três da região de Nova York (John F. Kennedy, LaGuardia e Newark, este último em Nova Jersey) reabriram e, na manhã deste domingo, voos começavam a chegar.
Também em Nova York, as autoridades suspenderam, pela manhã, a proibição de usar veículos. Em Nova Jersey, o transporte público voltou a funcionar gradualmente.
Durante toda a madrugada deste domingo, um exército de 2.500 caminhões adaptados limpava as ruas da cidade. As temperaturas negativas, muito inferiores às registradas no sábado, endureceram a neve, dificultando sua remoção.
"As condições ainda são perigosas para quem quiser circular pela cidade", declarou à rede CNN a responsável pelo serviço de limpeza da cidade (DSNY), Kathryn Cargia.
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, pediu aos proprietários de veículos estacionados na rua que esperem alguns dias para movê-los.
Em Nova York, as escolas reabrem nesta segunda-feira e, em Washington, permanecerão fechadas.
Cortes de energia elétrica
O governador de Nova Jersey, Chris Christie, pré-candidato republicano à presidência, suspendeu a campanha para supervisionar os trabalhos de emergência em seu estado, onde 90.000 casas ficaram sem energia elétrica.
"As pessoas que ficaram sem energia elétrica, por favor, como está frio, tente encontrar abrigo na casa de um amigo ou membro da família, se possível. Não fiquem no frio", disse Christie em uma entrevista coletiva.
Quase 150.000 residências chegaram a ficar sem energia elétrica na Carolina do Norte, no auge da tempestade. No domingo, este número caiu para cerca de 50 mil.
Em Washington, os monumentos nacionais, o Capitólio e os museus do Instituto Smithsonian não abriram as portas. Diante da severidade das condições climáticas, a Câmara de Representantes decidiu retomar suas sessões em 1º de fevereiro.
Até mesmo uma grande disputa com bolas de neve na região do Dupont Circle, em Washington, que recebeu a confirmação de presença de 3.000 pessoas no Facebook, teve de ser adiada de sábado para domingo por causa da tempestade.
"Acabamos de retornar de férias na Índia e é difícil se acostumar com o clima", disse Justin Wilcox, de 32 anos, enquanto fazia "selfies" na capital.
A nevasca também afetou estados mais ao sul, como Arkansas, Tennessee, Kentucky, Carolina do Norte, Virgínia Ocidental e Virgínia.