O julgamento em apelação de Francesco Schettino, capitão do navio Costa Concordia, cujo naufrágio em 2012 deixou 32 mortos, foi iniciado nesta quinta-feira (28) em Florença, um ano após sua condenação a 16 anos de prisão em primeira instância.
Leia Também
- Ex-comandante do Costa Concordia é condenado a 16 anos de prisão
- Ex-comandante do Costa Concordia espera veredicto em lágrimas
- Promotoria italiana pede 26 anos de prisão para capitão do "Costa Concordia"
- Costa Concordia chega ao porto italiano de Gênova para ser desmantelado
- Começa operação para desencalhar o navio Costa Concordia
- Prisão do capitão do Costa Concordia é revogada
- Artistas do Costa Concordia querem indenização por acidente
Schettino, chamado pela imprensa de "o capitão covarde", indicou que não deseja participar deste novo julgamento. Um de seus advogados, Saverio Senese, se negou a fazer declarações ao chegar ao tribunal.
Esta primeira audiência será uma sessão bastante técnica.
O acidente ocorreu em 13 de janeiro de 2012, quando o capitão do navio de 114.500 toneladas decidiu se aproximar da ilha italiana de Giglio, na Toscana, uma manobra arriscada que provocou a colisão do barco contra os recifes.
Schettino citou "motivos pessoais" para justificar sua ausência nas audiências deste julgamento em apelação, segundo um texto que apresentou ante as autoridades judiciais e que os meios de comunicação italianos conseguiram ter acesso.
"A menos que os juízes considerem útil minha presença", acrescentou no documento.
Schettino tomou esta decisão para evitar a "superexposição midiática" da qual foi alvo no julgamento em primeira instância em 2013.
"Vamos pedir para que sejam redefinidas as responsabilidades de todos os protagonistas deste caso, e não apenas a de nosso cliente", disse à AFP Donato Laino, um dos advogados de Schettino, o único acusado pelo naufrágio do Costa Concordia.
Os advogados apresentarão o naufrágio como o resultado de um "acidente organizacional". Alegarão que a responsabilidade também é da companhia Costa, dos diretores do porto vizinho de Civitavecchia e do timoneiro indonésio do barco.