Istambul acolheu neste domingo (24) uma manifestação contra a recente tentativa de golpe de Estado, que reuniu pela primeira vez opositores e partidários do presidente islamita-conservador turco Recep Tayyip Erdogan.
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"Nem golpe de Estado, nem ditadura!": gritaram milhares de turcos que invadiram a praça Taksim de Istambul, em rechaço aos golpistas de 15 de julho e também para manifestar sua preocupação ante a resposta do poder à tentativa fracassada.
A manifestação acontece no mesmo dia em que o grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional (AI) afirmou que há provas concretas de abusos e de uso de tortura na Turquia contra pessoas detidas depois da tentativa de golpe.
A concentração dos manifestantes aconteceram sob fortes medidas de segurança. Foi convocada pelo principal partido de oposição, o Partido Republicano do Povo (CPH, laico e de centro-esquerda).
Além de um mar de bandeiras turcas, era possível ver inúmeros retratos de Mustafa Kemal Atatürk, pai da república e símbolo do CHP.
Mas, em um gesto de unidade patriótica depois da intentona golpista, o partido islâmico-conservador do presidente Recep Tayyip Erdogan (AKP, Partido da Justiçaq e do Desenvolvimento) se uniu à iniciativa.
Dessa forma, pela primeira vez, opositores e partidários de Erdogan, sob pressão por ter lançado um expurgo em massado no aparato estatal, se manifestaram juntos.
A manifestação acontece em um dia que o transporte é gratuito.
Busca resolver as divisões abertas depois da tentativa de golpe de Estado de 15 de julho, que provocou 270 mortos no total e deu lugar a expurgos em massa por parte do governo.
"Defendemos a república e a democracia" e "A soberania pertence ao povo sem condições", eram os letreiros de alguns cartazes.
Muitos opositores ao governo, além de rejeitar os golpistas, estão preocupados pela instauração do estado de emergência. "A Turquia é laica e continuará sendo", era seu slogan.
O primeiro-ministro Binali Yildirim tuitou que "o país está unido para dar uma lição necessária aos golpistas".
O número de supostos conspiradores supera os 13.000, entre soldados, policiais, funcionários da justiça e civis, todos afetados por um expurgo que alarma os líderes europeus.
A Anistia Internacional alertou que algumas das pessoas estão sofrendo "espancamentos e torturas, incluindo estupros, em centro oficiais e não oficiais em todo o país".