A presidente Tsai Ing-wen pediu nesta segunda-feira desculpas oficialmente aos povos indígenas de Taiwan pelo sofrimento que suportaram durante séculos, um gesto inédito por parte de um chefe de Estado deste país do sudeste asiático.
Leia Também
- Acidente de ônibus deixa 26 mortos em Taiwan
- Supertufão atinge Taiwan e mais de 15.000 pessoas deixam suas casas
- Taiwan cancela voos e fecha escolas antes da passagem de supertufão
- Xi Jinping: China não aceitará tentativas de independência de Taiwan
- China suspende comunicação com Taiwan por tensão com novo governo
A nova presidente, Tsai Ing-wen, primeira presidente taiwanesa com sangue aborígene em suas veias, dirigirá pessoalmente uma comissão de investigação sobre as injustiças do passado, no âmbito das ações do governo para reduzir as tensões com esta comunidade autóctone.
"Peço desculpas ao povo indígena em nome do governo e transmito nossas mais profundas desculpas pelo sofrimento e injustiça que tiveram que suportar nos últimos 400 anos", disse Tsai em um discurso.
"Temos que examinar a história seriamente e dizer a verdade" acrescentou, apontando que estas desculpas eram "um novo passo adiante".
Centenas de indígenas se manifestaram diante do palácio presidencial de Taipé durante o fim de semana, pedindo para proteger seu direito de caça e exigindo medidas concretas do governo.
A comunidade aborígene, que representa 2% dos 23 milhões de taiwaneses, viu sua cultura tradicional se perder com a chegada da população chinesa há vários séculos.
Grande parte das terras dos indígenas estão catalogadas atualmente como parque natural, um motivo de disputas sobre a caça e a pesca.
Os caçadores aborígenes só estão autorizados a usar armas de fogo de fabricação caseira, algo que consideram perigoso, e só podem caçar nos dias festivos.
Por sua vez, o desemprego é mais alto nesta comunidade e seus salários são 40% inferiores à média nacional, segundo o conselho dos povos indígenas, um organismo público.
A presidente Tsai prometeu durante sua campanha eleitoral que dará mais autonomia e direitos aos povos aborígenes.