TERRORISMO

Prisões europeias são viveiro de extremistas, diz estudo

Estima-se que 5 mil europeus ocidentais tenham se somado, nos últimos cinco anos, a organizações extremistas como Frente al-Nosra e Estado Islâmico

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Publicado em 11/10/2016 às 8:33
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Estima-se que 5 mil europeus ocidentais tenham se somado, nos últimos cinco anos, a organizações extremistas como Frente al-Nosra e Estado Islâmico - FOTO: Foto: AFP
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As prisões europeias se tornaram um viveiro para as redes extremistas, que se concentram em recrutar criminosos experientes para suas ações, afirma um estudo britânico divulgado nesta terça-feira (13).

A ascensão do grupo Estado Islâmico reforçou os vínculos entre terrorismo e delinquência, ressalta este relatório do Centro de Estudos da Radicalização e da Violência Política (ICSR) do King's College de Londres.

As organizações extremistas, prossegue, desviaram seu interesse das escolas religiosas aos guetos europeus, onde podem encontrar candidatos experientes com um passado criminoso.

Em particular, as prisões oferecem um viveiro de "jovens revoltados" que estão prontos para agir. "Observamos que ocorrem radicalizações cada vez mais rápidas na prisão. Ter sido detido por crimes violentos facilita a passagem ao extremismo violento", explicou Peter Neumann, diretor do ICSR e co-autor do relatório. 

A familiaridade de certos detidos com as armas e os circuitos ocultos de financiamento alimentam esta tendência, segundo o estudo.

Perfis de extremistas

Para elaborar o relatório, o ICSR analisou os perfis de 79 extremistas europeus que partiram ao exterior para combater ou participaram de atentados na Europa. Eram originários de Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Holanda e Grã-Bretanha.

Estima-se que 5.000 europeus ocidentais tenham se somado, nos últimos cinco anos, a organizações extremistas como Frente al-Nosra ou Estado Islâmico para combater no Iraque e na Síria.

Das pessoas estudadas pelo ICSR, 57% passaram tempo na prisão antes de sua conversão ao extremismo e, destas, 27% experimentaram a radicalização na prisão.

Alguns viram nisso a oportunidade de uma redenção, segundo o estudo. Ele cita ainda o caso de Ali Almanasfi, um londrino de origem síria, que disse: "Quero fazer algo bom uma vez, algo puro".

"O Estado Islâmico representa a brutalidade, a força e o poder que estes jovens, frequentemente ex-integrantes de gangues, buscam", afirmou Peter Neumann. "Em termos gerais, diz a eles: 'Podem continuar fazendo o que fizeram até agora. Mas desta vez irão ao paraíso'".

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