Pelo menos 18 pessoas foram mortas neste domingo (8) em dois ataques suicidas em mercados da capital iraquiana Bagdá, enquanto o grupo extremista Estado Islâmico está na defensiva em Mossul, no Norte do país.
O primeiro ataque, reivindicado pelo Estado Islâmico, visou ao mercado de frutas e legumes de Jamila, localizado em Sadr City, um bairro habitado principalmente por muçulmanos xiitas, comunidade que é alvo frequente de ataques do grupo.
"Um soldado de guarda na entrada do mercado, abriu fogo contra um carro suspeito depois de ser alertado, mas o suicida detonou o veículo", explicou à Agência France Press (AFP) o porta-voz do Ministério do Interior, Saad Maan.
Doze pessoas foram mortas e 39 ficaram feridas no ataque, de acordo com um balanço fornecido à AFP por fontes médicas e um coronel da polícia. O soldado que fazia a guarda do mercado ficou ferido.
O ataque foi reivindicado em comunicado postado na internet pelo Estado Islâmico, que indicou que o suicida era um iraquiano.
Um hospital de Sadr City informou, em nota, que o corpo do homem-bomba foi levado para o necrotério e que uma carga que ele carregava explodiu quando um funcionário procurava documento de identidade em seu corpo.
Segundo o comunicado, a explosão não fez nenhuma vítima, mas uma foto enviada por um funcionário do hospital mostra que a força da explosão destruiu a porta do necrotério.
Um coronel da polícia confirmou que o corpo de uma pessoa retirada do local do ataque explodiu mais tarde no necrotério.
No mesmo dia, outro homem-bomba acionou dispositivo colocado em seu corpo, em um mercado no bairro de Baladiyat, no leste da capital, deixando pelo menos seis mortos e 16 feridos, segundo as autoridades. Este último ataque não foi reivindicado até o momento.
Após período de relativa calma, a capital do Iraque enfrenta um ressurgimento dos ataques do Estado Islâmico desde o lançamento, em 17 de outubro, da ofensiva para recuperar Mossul, a segunda maior cidade do país e o maior reduto do grupo extremista.
O último grande ataque foi cometido em 2 de janeiro em um bairro xiita da capital. No mesmo dia, o presidente francês François Hollande fazia visita a Bagdá. O ataque deixou 32 mortos e foi reivindicado pelo Estado Islâmico, que considera os xiitas, maioria no Iraque, como hereges.
O Estado Islâmico perdeu grande parte do território que havia conquistado em 2014 e defende sua fortaleza de Mossul, no Norte do Iraque.