Oriente Médio

Síria acusa Israel de ter bombardeado base perto de Damasco

Fontes militares na Síria também acusam Israel de apoiar ''organizações terroristas'' que estavam envolvidas na guerra da Síria

JC Online
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Publicado em 13/01/2017 às 10:57
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Fontes militares na Síria também acusam Israel de apoiar ''organizações terroristas'' que estavam envolvidas na guerra da Síria - FOTO: STRINGER / AFP
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O governo sírio acusou nesta sexta-feira Israel de ter bombardeado o aeroporto militar na região de Mazzé, perto de Damasco, informou a agência de notícias oficial Sana.

Citando uma "fonte militar", a agência declarou que "a aviação israelense disparou mísseis durante a noite de quinta-feira", a partir das colinas de Golã ocupado contra o aeroporto de Mazzé, um subúrbio a oeste de Damasco, provocando incêndios.

"As forças armadas sírias advertem o inimigo israelense sobre as repercussões desta agressão flagrante e afirmam que têm a intenção de prosseguir sua guerra contra o terrorismo até a erradicação desta praga", acrescentou a fonte, sem informar sobre vítimas.

A fonte acusa Israel de apoiar "organizações terroristas" envolvidas na guerra na Síria. A terminologia oficial síria classifica de "terroristas" os rebeldes e as organizações extremistas contra as quais o regime do presidente Bashar al-Assad luta.

Perguntado pela AFP, o exército israelense não quis comentar as explosões em Mazzé.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), "os disparos de mísseis atingiram os depósitos de munição de Mazzé e provocaram oito explosões".

O aeroporto militar de Mazzé, situado a oito quilômetros de Damasco, abriga os serviços de inteligência da força aérea.

Os atentados não são comuns em Damasco e arredores, reduto do regime. 

Em 16 de dezembro, no último atentado na capital, foi detonado à distância um cinturão de explosivos colocado em uma menina de sete anos que entrou em uma delegacia.

- EUA nas conversas de paz -

No campo diplomático, a Rússia concordou que os Estados Unidos assistam às conversas de paz sobre a Síria, que acontecem em 23 de janeiro na capital do Cazaquistão - informou o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, na noite de quinta-feira.

"Os Estados Unidos definitivamente deveriam ser convidados, e foi isso o que acordamos com a Rússia", disse o ministro à imprensa, em Genebra, depois de uma conferência internacional sobre o Chipre.

No mês passado, Rússia e Turquia acertaram um cessar-fogo, sem envolver os Estados Unidos. Washington já havia mediado tréguas anteriores.

O cessar-fogo começou em 30 de dezembro e levou alívio ao país. Em algumas áreas, porém, os confrontos continuaram.

A trégua começou em 30 de dezembro e deu um respiro ao país, apesar de em algumas zonas prosseguirem os combates.

"Precisamos manter o cessar-fogo", disse Cavusoglu, acrescentando que "isso é essencial para as conversas de Astana".

O ministro turco das Relações Exteriores disse que os convites para a mesa de diálogo serão enviados semana que vem e que Washington deve estar presente.

"Ninguém pode ignorar o papel dos Estados Unidos. E isso é uma posição de princípios para a Turquia", afirmou.

"Os que contribuíram, ou que vão contribuir, deveriam estar lá, e não apenas para as fotos de família. Já sabem o que quero dizer", completou.

O objetivo das conversas é "alcançar uma solução política, que é a melhor solução".

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