INVESTIGAÇÃO

Herdeiro da Samsung é preso suspeito de corrupção na Coreia do Sul

Lee Jae-Yong foi detido no âmbito da investigação por corrupção e tráfico de influência que provocou o impeachment da presidente sul-coreana Park Geun-Hye

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Publicado em 17/02/2017 às 7:14
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Lee Jae-Yong foi detido no âmbito da investigação por corrupção e tráfico de influência que provocou o impeachment da presidente sul-coreana Park Geun-Hye - FOTO: JUNG YEON-JE / POOL / AFP
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O herdeiro do grupo empresarial Samsung, Lee Jae-Yong, foi detido nesta sexta-feira (17) no âmbito da investigação por corrupção e tráfico de influência que provocou o impeachment da presidente sul-coreana Park Geun-Hye.

Vice-presidente da Samsung Electronics e filho do presidente do grupo, Lee Jae-Yong é acusado pelo pagamento de quase 40 milhões de dólares em subornos à melhor amiga de Park para obter favores políticos. 

"Está demonstrado que é necessário prender [Lee Jae-Yong], à luz de uma nova acusação e de novas provas", indicou um porta-voz da Justiça em um comunicado.

Ele já estava em um centro de detenção, depois de comparecer a um tribunal na quinta-feira, à espera da decisão judicial sobre se seria necessário emitir uma ordem de prisão contra ele.

Após a detenção, a Samsung emitiu um comunicado cauteloso no qual afirma que a empresa fará "todo o possível para assegurar que a verdade seja revelada nos futuros processos judiciais".

O herdeiro do maior grupo empresarial sul-coreano, de 48 anos, já havia sido interrogado várias vezes por seu suposto papel no escândalo. No mês passado, escapou de ser detido depois que um tribunal determinou não haver provas contra ele.

 

Mas a Promotoria voltou a pedir sua detenção na terça-feira, alegando que surgiram novas evidências nas últimas semanas.

Detenção pode afetar a Samsung

A detenção, a primeira de um executivo da Samsung, pode afetar todo o conglomerado, que representa 20% da economia sul-coreana e inclui a maior fabricante mundial de smartphones, a Samsung Electronics.

O grupo mal se recupera do duro golpe sofrido com a retirada de seu principal modelo, o Samsung Galaxy Note 7, devido a um problema na bateria de alguns aparelhos que chegaram a pegar fogo.

O pai e o avô de Lee tiveram problemas com a jsutiça em diversas oportunidades, mas nunca foram detidos. 

O escândalo de corrupção gira em torno de Choi Soon-Sil, confidente de Park Geun-Hye, que está sendo julgada por ter usado sua relação com a presidente destituída para obrigar grandes conglomerados sul-coreanos a pagar milhões de dólares às suas duas fundações privadas supostamente beneficentes. Os recursos eram usados, contudo, para fins pessoais.

A Samsung foi a empresa mais generosa, com a doação de 20 bilhões de wons (17 milhões de dólares) às fundações de Choi e uma verba de milhões de euros para financiar treinamentos na Alemanha para ginetes sul-coreanos, incluindo a filha da amiga da  então presidente. 

O pagamento foi realizado, supostamente, em troca do apoio do governo à fusão de duas filiais da Samsung, um movimento crucial para a transferência a Lee dos poderes da empresa. 

A Samsung afirmou na quarta-feira que "não pagou nenhum subornou nem fez saber nenhuma demanda de favores inapropriados à presidente".

Lee se tornou o presidente de fato da Samsung depois que seu pai sofreu um ataque cardíaco em 2014. 

Desde que o caso explodiu, mais de dez pessoas foram detidas, incluindo Choi, os ex-ministros da Cultura e de Assuntos Sociais, um ex-diretor do gabinete presidencial e um professor universitário.

A detenção de Lee representa um duro revés para a presidente, afastada do cargo em 9 de dezembro pela Assembleia Nacional. 

Park está em meio a uma complicada batalha com a Corte Constitucional, que precisa confirmar ou não a destituição. O tribunal deve encerrar as audiências na próxima sexta-feira, mas analistas acreditam que a decisão não deve ser anunciada antes de 10 de março.

Se a destituição for confirmada, o país deve organizar eleições presidenciais antecipadas em 60 dias. Se o tribunal não confirmar o afastamento, Park recuperará os poderes executivos e concluirá o mandato em fevereiro de 2018, como estava previsto.

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