O homem que matou quatro pessoas em um ataque terrorista do lado de fora do Parlamento britânico foi três vezes à Arábia Saudita e ensinou inglês no país, disse a embaixada do Reino Unido. Khalid Masood ensinou inglês na Arábia Saudita de novembro de 2005 a novembro de 2006 e novamente de abril de 2008 a abril de 2009, segundo revelou a embaixada do Reino Unido em nota divulgada ontem.
Masood tinha um visto de trabalho durante os períodos em que esteve na Arábia, e então retornou por seis dias em março de 2015 em uma viagem reservada através de um agente de viagens, segundo a embaixada. Os serviços de segurança sauditas não o monitoraram e ele não tinha qualquer registro criminal no país. Antes de tomar o nome Masood, ele era conhecido como Adrian Elms Ele era conhecido por ter um temperamento violento na Inglaterra e tinha sido condenado pelo menos duas vezes por crimes violentos.
Masood conduziu seu veículo utilitário alugado através da ponte de Westminster na última quarta-feira (22), atropelando pedestres. Ele então saltou do carro e atacou o oficial de polícia Keith Palmer, que guardava o parlamento, ferindo-o fatalmente com uma faca antes de ser morto pela polícia. Ao todo, ele matou quatro pessoas e deixou mais de duas dúzias hospitalizadas, incluindo algumas com lesões descritas como gravíssimas. O grupo Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque.
Leia Também
- Polícia anuncia duas detenções relacionadas ao atentado de Londres
- Polícia confirma mais uma morte no atentado em Londres
- Responsável por ataque em Londres nasceu na Inglaterra
- Estado Islâmico reivindica ataque em Londres
- Rainha Elizabeth II condena 'terrível violência' do ataque de Londres
- Saiba quem são as vítimas do atentado de Londres
Funcionários britânicos disseram que a segurança no Parlamento será revista depois que novas filmagens surgiram, mostrando que grandes portões do complexo foram deixados abertos depois que Masood invadiu a área. As autoridades mostraram preocupação, já que cúmplices poderiam ter seguido o terrorista e matado mais pessoas. A filmagem mostra pedestres andando pelos portões abertos e até mesmo um mensageiro entrando no local.
Outro vídeo mostra que houve ligeiros atrasos e confusão durante a evacuação da primeira-ministra Theresa May do Parlamento quando o ataque se desenrolou. Masood, que aos 52 anos é consideravelmente mais velho do que a maioria dos extremistas que realizam este tipo de ataque, teve um registro de prisão datado de 1983. A violência veio depois, em 2000, quando ele atacou um homem em um estacionamento de pub após uma discussão com ofensas racistas, de acordo com informações publicadas por um jornal.
Centenas de policiais britânicos têm trabalhado para determinar seus motivos e possíveis cúmplices. Duas pessoas permanecem sob custódia para interrogatório. Eles são dois homens, com 27 e 58 anos, que foram presos na cidade de Birmingham, onde Masood estava morava. As autoridades não fizeram acusações formais ou identificaram os dois homens.
Outras sete pessoas detidas para investigação foram libertadas. Uma mulher de 32 anos presa em Manchester, e uma mulher de 39 anos, presa no leste de Londres, foram libertadas sob fiança. Ainda não estão claros os detalhes sobre como Masood se radicalizou. Seu tempo na Arábia Saudita pode fornecer pistas. Enquanto estava preso, ele também pode ter acessado visões radicais. A última condenação de Masood foi em 2003, envolvendo também um ataque com faca. Não está claro quando ele tomou o nome Masood, sugerindo uma conversão para o Islã.