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Construção da primeira colônia israelense desde 1991 gera duras críticas

Casa Branca alertou que uma expansão das colônias israelenses poderia ser um obstáculo para a paz entre Israel e Palestina

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Publicado em 31/03/2017 às 15:01
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Casa Branca alertou que uma expansão das colônias israelenses poderia ser um obstáculo para a paz entre Israel e Palestina - FOTO: THOMAS COEX / AFP
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Israel recebeu nesta sexta-feira duras críticas dos palestinos, da Casa Branca, da ONU e de uma ONG local depois de anunciar na quinta-feira a construção de uma colônia na Cisjordânia ocupada, a primeira impulsionada por um governo israelense em mais de 25 anos.

A Casa Branca alertou que apesar da existência das colônias israelenses não ser um obstáculo para a paz, sua expansão poderia o ser.

"O presidente Donald Trump, tanto em público como em privado, manifestou sua preocupação a respeito das colônias", declarou um funcionário do governo que não quis se identificar.

"Se a existência de colônias não é um empecilho para a paz, sua expansão sem restrições não ajuda no avanço da paz", indicou.

O gabinete de Benjamin Netanyahu tomou esta iniciativa apesar das condenações internacionais à colonização e dos apelos da administração americana a freá-la.

Este é o primeiro anúncio de uma nova colônia por parte do governo de Israel desde 1991, antes dos acordos de paz de Oslo, indicou em um comunicado a ONG israelense Paz Agora, que se opõe à colonização.

A nova colônia, Geulat Tzion, permitirá realojar cerca de 40 famílias judias da colônia de Amona, na Cisjordânia, destruída em fevereiro por decisão judicial.

"O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e sua coalizão extremista e racista persistem em suas políticas sistemáticas de colonialismo, de apartheid e de limpeza étnica", disse Hanan Ashrawi, uma das dirigentes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Foco maior nas garantias aos colonos do que na busca pela paz

Israel está mais focado nas garantias que pode dar aos colonos que na busca da paz, considerou em um comunicado.

A construção do novo assentamento agradou Uri Ariel, ministro da Agricultura e membro do Lar Judaico, um partido nacionalista religioso que defende a colonização.

"Esta decisão permitirá o desenvolvimento de Judeia e Samaria", o nome com o qual os israelenses se referem à Cisjordânia, disse à rádio pública.

O anúncio de Israel provocou críticas do secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, que expressou sua "decepção" e "preocupação" com a construção da colônia, indicou seu porta-voz em um comunicado.

Guterres "ressaltou em diversas ocasiões que não existe plano B para os israelenses e os palestinos para viver juntos de forma segura. Condenou as ações unilaterais que ameaçam a paz e minam a solução de dois Estados", disse o porta-voz.
"As atividades de colonização são ilegais segundo o direito internacional e constituem um obstáculo para a paz", lembrou.

Para a Paz Agora, "Netanyahu é refém dos colonos e coloca sua sobrevivência política acima dos interesses do Estado de Israel. Ao ceder à pressão dos colonos, Netanyahu leva israelenses e palestinos a uma realidade com apenas um Estado, sinônimo de apartheid".

Um dos responsáveis da ONG, Anat Ben Nun, afirmou que "o lobby dos colonos é muito poderoso na atual maioria governamental e também dentro do Likud", o partido conservador de Netanyahu, que lidera um governo considerado como o mais direitista da história do país.

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