O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, revelou no domingo (16) um vídeo da suposta delação de um ativista opositor preso, que acusa deputados de seu partido de pagar para gerar violência nos protestos contra o governo.
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A gravação mostra Alejandro Sánchez, que foi preso na sexta-feira junto com seu irmão gêmeo, José, em meio a manifestações que há duas semanas exigem respeito à autonomia do Parlamento - de maioria opositora - e eleições.
Alejandro Sánchez afirma que os deputados do partido Primero Justicia, Tomás Guanipa, José Guerra e Marialbert Barrios, junto com o chefe da organização em Caracas, Carmelo Zambrano, entregaram caixas com dinheiro a jovens com a instrução de atear fogo em Caracas durante os protestos.
Maduro afirmou que durante as manifestações - que já deixaram cinco mortos e 117 detidos - foram registrados atos de vandalismo contra instituições públicas, enquanto 40 lojas foram saqueadas no estado de Miranda, vizinho a Caracas.
"Não vou hesitar em levar à prisão quem tiver que levar", disse Maduro
"Não vou hesitar em levar à prisão quem tiver que levar, não importa como se chame, esteja no cargo em que estiver (...). Não acreditem que vocês têm uma imunidade intocável, não, ninguém. Imunidade não significa impunidade", advertiu o presidente em uma reunião ministerial transmitida pela televisão.
Horas antes, deputados do Primeiro Justiça disseram ter denunciado ante as Nações Unidas "torturas" contra os dois detidos.
"Prenderam Alejandro pelo braço por 48 horas, jogaram gasolina em seu casaco", declarou Guanipa a repórteres.
Acrescentou que os jovens receberam ameaças de assassinatos se não denunciassem os legisladores do Primero Justicia de "cometer atos falsos".
"Denunciamos os tratamentos cruéis e desumanos ante o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)", indicou, por sua vez, o deputado Juan Miguel Matheus.
Por sua vez, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, exigiu no domingo a libertação dos irmãos Sanchez.
Maduro ordenou que o ministro do Interior e Justiça, Néstor Reverol, e o diretor do serviço de inteligência, Gustavo González, "processem" os líderes opositores que denunciaram as supostas torturas, as quais negou categoricamente.